Toda mulher tem alguma história relacionada à cabeleireiro pra contar. E comigo, começou cedo...

Minha mãe sempre cortava o cabelo dela num tal salão e daí fomos juntas. Eu estava toda empolgada, seria uma mudança radical! Chegou minha hora de cortar, mostrei pra cabeleireira a revista e falei '- Olha, eu quero igual'. Eis que a mulher corta daqui, corta de lá... e eu só olhando, tensa, trêmula... a minha cara já estava mudando...
Daí do nada a mulher para e fala '- Pronto! E aí, gostou? hehe'. Eu não acreditava no que eu estava vendo. Ela tinha feito uma franjinha e cortado o cabelo na altura do queixo, ou seja, CHANEL!!! Fiquei revoltada!!! Não consegui disfarçar e respondi de imediato '- NÃO, não gostei'. A mulher ficou desconcertada... Fiquei tão nervosa que não parava de falar pra ela '- Olha a revista, meu cabelo tá totalmente diferente do corte, não era isso, bla bla bla'. Eu só lembro que a mulher queria me convencer de todo jeito de que a diferença era o lado para o qual a modelo tinha penteado o cabelo [olha a desculpa esfarrapada]. Cansei, levantei da cadeira e falei pra minha mãe que ia embora.
Saí pisando duro e dos olhos foram escorrendo lágrimas. Eu tinha odiado MUITO tudo aquilo. E minha mãe atrás falando '- Você me mata de vergonha! Nunca mais vou conseguir voltar lá!'. E eu tentando engolir o choro, simplesmente não me conformava...
Mas o trauma não acaba aqui.
Fui para a escola, e do nada surge uma menina louca falando que eu tinha copiado o corte dela! Eu me esqueci que semanas antes ela havia cortado o cabelo. Pronto, ainda mais essa! Eu tentando explicar que a cabeleireira tinha cortado errado, mas quem ia acreditar?
Essa garota tinha duas vezes o meu tamanho, era briguenta, vivia tomando suspensão, era a garota-problema. E eu era a garota-bocó, que ainda engolia desaforo pra não piorar a situação. [O acontecimento com a cabeleireira foi uma exceção, tá]. Enfim, essa menina ainda completou dizendo que ia me pegar na rua.
Essa garota tinha duas vezes o meu tamanho, era briguenta, vivia tomando suspensão, era a garota-problema. E eu era a garota-bocó, que ainda engolia desaforo pra não piorar a situação. [O acontecimento com a cabeleireira foi uma exceção, tá]. Enfim, essa menina ainda completou dizendo que ia me pegar na rua.
Tempos difíceis... Eu passei aquele ano inteiro com medo de apanhar na rua e torcendo para o meu cabelo crescer o mais rápido possível. No final das contas, a menina não me bateu. Mas fez da minha vida um inferno. A sorte só veio quando no ano seguinte ela mudou de escola.
Isso tudo realmente aconteceu... E daí vocês percebem que, nem tudo na infância é festa e 'ilari ilari-e o-o-o'.