sexta-feira, 31 de agosto de 2012

‎8 ou 80: A escolha é sua

Em mais de um post, defendemos o direito que cada mulher tem de agir como bem entender em relação ao seu corpo e sua sexualidade. Este é mais um post nesta linha, o diferente é o foco.


Mica: Quando defendemos este direito, em geral, foram por acontecimentos ou situações em que mulheres estavam sendo julgadas por fugirem ao padrão considerado “moralmente correto”. Mas nos questionamos: e as garotas que não seguem a linha liberadas? Será que vivem as mil maravilhas ou também sofrem julgamentos injustos?

Kelly: Um mito que existe é que quando se passa dos 20 ou 25 anos, a garota é 'rodada'. Ou seja, no linguajar popular 'deu pra muitos já' ou 'não consegue mais contar nos dedos de uma mão pra quantos ela deu'. Como eu disse, mito. Pode ser que isto ocorra, pode ser que não. E como citado acima, o foco hoje é este: As garotas que já passaram dos seus 20 e alguns anos (ou até bem mais que isso) mas só tiveram relação sexual com um único homem.

Mica: As pessoas não têm imaginação, né!? Por que eu elenquei aqui, rapidinho, enquanto você escrevia, uns 5 motivos que podem levar uma garota a ter poucos parceiros. Lembrei que na minha adolescência as meninas não achavam legal demorar muito pra perder a virgindade. Eu fui uma das últimas da minha turma. Chegou uma época que eu era isolada, elas não falavam comigo porque não podiam falar de algo que eu não sabia. O mais engraçado disso é que isolaram junto uma outra amiga nossa que já tinha transado e só contou pra mim. Acho que julgar a mina que só teve um cara é tão infantil quanto minhas amigas foram nesta época.

Kelly: Olha, depois que cheguei à fase adulta, olhei pro passado e vi o quanto de mentira que os adolescentes contaram. Eu lembro que na minha época, a fase que todas estavam perdendo a virgindade era com 16 ou 17 anos. Se passasse disso, 'NOOOOSSA'. Ok, daí com o passar dos anos você fica sabendo do tanto de gente que só foi perder sua virgindade lá pelos 22 anos, haha, e por aí vai. E dou risada disso, porque as pessoas inventam mentiras o tempo todo sobre sexo. Já li até em revistas que muitas mulheres e até homens, não perdem a virgindade antes dos 20, conforme a grande maioria pensa. Mas enfim, o que isso tem a ver com o assunto principal? É o seguinte: toda vez que falarmos de sexo nem sempre as pessoas serão honestas. E vão criar regrinhas [como esta de com qual idade deve-se perder a virgindade] e esta de que 'Imagina, não se pode chegar aos 30 e ter feito sexo com um cara só'. Meu, naquelas: E DAÍ???

Mica: É a mesma história do “boa de cama”! Eu racho com isso porque o que é ser boa de cama? Sexo bom é algo super pessoal, bom para um pode ser horrível para outro. E se bom é super pessoal, com quantos caras eu transo também é uma escolha pessoal. Aí é que está o ponto: o fato de eu escolher, ou ter vivido momentos que me trouxeram vários caras, não me dá direito de inferiorizar quem só teve um. Mais ainda, eu tenho que saber exatamente porque isso é ruim pra mim. Análise rápida aqui: existe um grupo religioso que prega a virgindade entre jovens - “eu escolhi esperar”. Eu, Micaela, nunca pensei em ser virgem até me casar. Eu simplesmente achei que transar era algo natural que aconteceria quando eu quisesse que acontecesse. Não achava nem que ia ser com o futuro marido, mas com quem eu quisesse. Na minha cabeça tinha que ser um namorado que eu gostasse mais do que os que já tinha tido e que eu sentisse que gostava de mim também. Mas isso sou eu. O pessoal que segue o tal grupo, é o pessoal. Não posso julgá-los. Eu até posso refletir que, do jeito que eu vejo a sexualidade, é muito ruim que as escolhas estejam atreladas a religião. Mas é uma análise muito mais sociológica do que uma regra moral.

Kelly: Com quantos caras fiz sexo e o que levo disso, resulta simplesmente em uma experiência sexual minha. O número não muda o caráter [conforme já falamos no post "What's your number?"]. Se uma pessoa escolheu ter um único parceiro sexual, eu não posso enfiar o dedo na cara da pessoa e afirmar que ela está errada. São escolhas que não dizem respeito aos outros. Eu já tinha visto o tal grupo 'Eu escolhi esperar'. Bom, eu só posso dizer que não, eu não escolhi, ehuehe. Mas se outras pessoas acreditam que serão mais felizes assim, a minha obrigação é respeitar.

Mica: Imagino que neste ponto alguém tenha pensado “ah mas o tal grupo discrimina quem não esperou”. Aposto que sim e tenho uma teoria:  uma das formas mais eficientes de dominação é incutindo nos seguidores a ideia de que são melhores que os outros por a seguirem. Há dados históricos disso, mas vou resumir e simplificar. Pensem no nazismo, o que Hitler fez foi convencer os alemães que eles era superiores e portanto tinham o direito de fazer tudo o que fizeram. Se eu convenço um grupo de jovens que guardando o corpo serão superiores aos que não o guardam, estou afirmando muitas coisas implicitamente: superior, melhor, mais amado, mais feliz. E não é só isso que os jovens querem? Segundo ponto da teoria: é fácil? Não. Então como me afirmar nesta escolha? Desprezando, ou negando, tudo que é contra ela.

Kelly: Enfim, se há alguém lendo este post e que nunca transou na vida, ou, se só teve apenas um parceiro e sofre preconceito com isso, eu diria o seguinte: Não ligue. Por mais que seja difícil não se irritar com certos comentários alheios, sério, não dê ouvidos a quem faz o tipo 'eu sou foda, na cama eu esculacho'. Na maioria das vezes, isso não passa de insegurança por parte de quem está se auto-promovendo, afinal, imaturidade a gente percebe nas pequenas ações. Me desculpe quem acha legal debochar dos outros só porque já teve x³ relações sexuais, mas tal atitude é infantil e tosca. Se a pessoa fez sexo com um, dois ou três, não importa. Acredito que seguir seus próprios princípios e não se deixar influenciar por uma sociedade que cria tantas regras e tabus sexuais, te coloca muito mais adiante do que quem está na fase 'sou foda' aí.


terça-feira, 28 de agosto de 2012

MSMJ FM: John Mayer - Parte III

No MSMJ FM de hoje, vou fazer diferente. Vou começar de trás pra frente.


Serão 3 posts sobre o cantor, guitarrista e compositor John Mayer. Mas como podem perceber, iniciei com o que seria a 'última parte' pelos seguintes motivos:  
- Eu poderia apresentar por ordem crescente [início da carreira até os dias atuais]. Mas quero começar falando sobre como está o trabalho dele hoje. Os cds anteriores serão citados nas partes 2 e 1. 
- John Mayer não se manteve preso a um único estilo musical. Em 5 álbuns lançados não existe apenas um John, existem vários. E é por isso que vou me atrever a dedicar 3 publicações com indicações sobre a música dele aqui. Não sei qual será o seu 'John preferido', mas a tentativa real é divulgar o que há de bom deste talentoso músico e quem sabe, você ter um preferido também.


> Quem é John Mayer?

Apresentação 1: Para quem gosta muito de música e está sempre ligado, certamente já ouviu falar. Mas caso haja alguém aqui que esteja perdido e queira ler algo detalhado, o wikipédia ajuda
Apresentação 2: Quem acompanha o blog desde o início, talvez se lembre que o John Mayer já foi citado. Caso sua memória falhe, facilito sua vida AQUI


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Parte III - O John cowboy

Born & Raised é o seu último cd, lançado em maio deste ano. Este álbum se diferencia dos demais por mergulhar no universo do folk e ser um tanto quanto retrô. Ainda há o velho blues, mas surpreende com pitadas de country, o que aliás, este último o inspirou em sua mudança visual. E até mais do que isso, em uma entrevista recente à Rolling Stone, John diz querer que Born & Raised evoque nas pessoas o seu atual estado de espírito: o  sentimento de um cowboy tranquilo sentado em um campo aberto tocando seu violão perto de uma fogueira. 

O cabelo e as roupas mudaram. E digamos que suas músicas também.
Um cd autobiográfico, repleto de melodias cativantes. Letras que falam de superação, sobre deixar o que houve de ruim para trás. Agora, basta apenas fechar a porta do seu quarto, apertar o play, respirar fundo, se inspirar e viajar para longe, bem longe...


Goodbye sorrow and goodbye shame! Goodbye cold, goodbye rain.



It sucks to be honest and it hurts to be real...



'Cause when you're done with this world, you know the next is up to you.


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sábado, 25 de agosto de 2012

Entrevista do mês: M., o vizinho


ONG's Protetoras dos Animais têm ganhado cada vez mais notoriedade na televisão e internet. Pelo facebook, por exemplo, podemos escolher qual seguir e acompanhar. Enfim, são muitas. Mas o número de ativistas [os que vão à protestos e que levantam do sofá pra dar a cara a tapa] é um número reduzido. 

Como é participar de uma ONG? Como é a vida de um ativista de verdade? Bom, eu tive a oportunidade de conhecer e ser amiga de um, o qual chamo de 'vizinho' por motivos óbvios, hehe. Acompanhei um pouco da vida do entrevistado de hoje [que prefere não ser identificado pelo nome por motivos de segurança] e pedi pra ele contar um pouco pra gente o que rola na real.

Kelly: Vizinho, começo te perguntando sobre o início da sua paixão por animais. Como que tudo começou?

Leoa Harama: era de um circo, tinha vários problemas neurológicos (por isso ficava com a lingua pra fora). Antes de ir pro Rancho, ela morava numa carreta que era muito pequena. Sempre que ela se virava, batia com a cabeça nas grades. Vários anos assim, ela acabou ficando com sequelas.

Na verdade não me lembro muito bem como começou, mas eu sempre tive animais em casa. Lembro que eu morava em um condomínio, devia ter uns 12 ou 13 anos, e tinham muitos gatos no condomínio (muitos mesmo)... e uma vez eu vi da janela de casa uns meninos de outro prédio matando um gato a pauladas. Nesse momento meu deu um 'estalo', sei lá o que houve. Na hora não fiz nada pois fiquei sem reação, mas isso aconteceu outras vezes e aí acabei arrumando briga, batia e apanhava quando via algo do tipo, pra tentar salvar aqueles gatos dessa situação, acho que foi mais ou menos por aí. Depois veio a internet e comecei a conhecer outras pessoas que tinham ideias parecidas com as minhas e um tempo depois houve um protesto na Avenida Paulista em SP, fui convidado a ir, e aí tudo começou a ficar mais sério e organizado.

Mica: Hoje você trabalha em alguma ong ou projeto de defesa dos animais?

Atualmente não, mas ajudo de forma 'solitária'. As ongs que trabalhei todas são de SP e hoje moro fora do estado de SP, onde as pessoas ainda não tem tanto envolvimento com esse tipo de 'causa'. Na universidade que estudo mesmo, tem muito animal abandonado e eu sempre tento levar ração, medicamentos, tudo o que consigo para ajudá-los, até adotei 5 gatos que viviam lá. Mas enquanto morava em SP era muito envolvido com algumas ongs, meus dias eram quase 100% dedicados a isso. Ainda voltarei a 'forma' antiga. :)

Kelly: Conta pra gente como que foi o seu primeiro protesto e o que rola por lá. Pela internet, conseguimos acompanhar algumas coisas, mas não temos acesso a tudo e como funciona, enfim. As pessoas que participam, que vão pra Paulista, por exemplo, são pessoas engajadas na causa ou rola de aparecer gente para um simples 'oba-oba'?

Esse primeiro protesto na Paulista, se não me engano, foi contra Rodeios (que é uma das coisas que mais luto e lutei até hoje). Eu cheguei lá no horário marcado pela internet, vi uma pequena aglomeração, fui chegando meio tímido como sou e já me deram uma faixa pra segurar, haha. Daí pra frente fui conversando com o pessoal, trocando telefones, fiz grandes amizades esse dia, amizades que tenho até hoje. Pessoal querendo aparecer tem em todo lugar. Acho que nessa época até não tinha tanto, mas hoje em dia esse tipo de 'causa' tem aumentado o número de adeptos e isso atrai os oportunitas... inclusive agora em época de eleição, tem muito candidato a vereador/prefeito que quer tirar uma casquinha disso, dizendo que são protetores, que resgatam animais, mas que na verdade o máximo que tem em casa é um bichinho de pelúcia.


Mica: Nos últimos tempos, acompanhamos alguns casos que ficaram famosos pela crueldade e pela cobrança para mudança na legislação. Como você analisa o cenário atual? Há avanços reais?

Avanços tivemos, mas como podemos ver nesses casos, também tivemos alguns retrocessos. Muitas cidades hoje já proibem Circos com Animais e Rodeios, como a própria cidade de São Paulo e Campinas. A Vaquejada também é proibida em muitos lugares como Santa Catarina. Porém as pessoas que deveriam fiscalizar esse tipo de crime (no caso as Polícias e Ministério Público) em algumas situações se omitem, às vezes por falta de conhecimento da própria legislação, mas às vezes por não concordarem ou serem adeptos a esses tipos de crueldades. Conheço muitos policiais que adoram rodeios e que se eu quiser algum tipo de proteção para conseguir fiscalizar algum evento desses, vai ser difícil conseguir, talvez só com ordem judicial, coisa que não precisaria se todos seguissem realmente o que manda a lei.

Kelly: Falando sobre Rodeios [que têm força no interior de SP], quais os perigos ou ameaças que você já sofreu por encarar algo envolva tanto dinheiro?

Já sofri todos os tipos de ameaças que você pensar: tanto por internet, telefone e pessoalmente. As cidades em que estive mais atuante contra rodeios foram Americana, Limeira, Piracicaba e Cordeirópolis, e em todas elas tive algum tipo de ameaça de pessoas ligadas a esses eventos. Mas acho que o mais marcante foi mesmo em Piracicaba.
Eu estava na casa de um advogado, próximo de onde seria realizado o evento, me preparando para sair e fiscalizar o barulho que a festa produzia (pois conforme determinação do ministério público local, o nível de barulho não poderia ultrapassar o limite determinado na época), e quando fui sair do condomínio onde morava o advogado que estava me ajudando no momento, 4 motoqueiros estavam nos esperando do lado de fora. Então o porteiro do condomínio pediu para que voltassemos pra dentro e ligou para a Polícia Militar, que ao se aproximar do local, os dispersaram. Mas fora esse dia, tiveram outros, como em um dia que estava sendo realizado provas de rodeio irregulares em Limeira, e eu de posse de uma medida liminar que proibia a realização desse evento, fui até o local com a Polícia Militar, recebi vários xingamentos e até tentaram me laçar, hahaha.

Mica: Você tem informações sobre como essa legislação é em outros países? Há exemplos a serem seguidos?

Olha, é claro que em alguns pontos, tem muitos avanços e vantagens em relação ao Brasil, mas em outros não difere muito. Exemplos simples são o Japão e sua caça as baleias, que é acobertada pelo próprio governo (que diz que a caça é feita para pesquisa e somente por isso), mas sabemos que no Japão a carne de baleia é muito apreciada. Além disso temos o Canadá com a matança de focas, a China com a matança de cachorros e ursos. Acho que a crueldade infelizmente é parte da maioria dos seres humanos, independente do país que vivem, assim como pessoas matam pessoas, fazem guerras, elas são cruéis com animais, independentemente de legislação. No entanto, é claro que pena mais severas, inibiriam um pouco dessas atitudes, mas não podemos ser inocentes a ponto de acreditar que isso terminaria. Nos EUA por exemplo, existem departamentos de proteção para animais, que tem poder de polícia, podem prender, invadir residências, dentre outras coisas para tentar proteger animais.

Kelly: Você chegou a trabalhar em duas ongs e provavelmente acompanhou o resgate de animais maltrados e afins. Você tem alguma história que te marcou durante este tempo de atividade? 

Na verdade foram 3. Não sei se devo citar quais, mas uma delas foi o Rancho dos Gnomos. Enquanto estive nela, o resgate que mais me marcou foi o de um potrinho atropelado por uma moto. Era de madrugada já quando a Guarda Municipal chegou no portão do rancho e ficou tocando a sirene para acordarmos, então fomos ver o que era e nos informaram da situação. Pegamos a caminhonete e fomos até o local, chegando lá estava o animal caído na via, com a mãe do lado, os dois muito agitados, ele tentando se levantar, mas estava com um ferimento muito grande e não conseguia. Então eu e o pessoal do Rancho, com a ajuda dos guardas municipais, conseguimos colocar o animal na caçamba da caminhonete e o levamos para o Rancho. Mas não tinha muito o que fazer a não ser aplicar remédios contra a dor, ele estava muito ferido, lembro que fiquei a noite toda com ele, até amanhecer, que foi quando ele morreu.

Mica: Ai que triste... E uma história boa, dessas que dá ânimo para continuar?

Na verdade eu não queria ter ânimo pra continuar, queria que nada disso fosse preciso. Às vezes, isso tudo faz até mal pra mim, fico sem dormir pensando em algo que vi, algum animal que não pude ajudar e tudo mais, porém é mais forte que eu, qualquer animal que vejo em risco, eu ajudo sem pensar nas consequências, depois quase sempre me ferro (financeiramente falando). Acho que vale a pena, é minha missão e vou cumpri-la sempre. Acho que estou devendo para todos os veterinários da minha cidade. Já levei vários animais atropelados que encontrei por aqui aos veterinários e sempre fica muito caro, mas eu só vou pensar nisso depois.

Mica: Sabemos que é uma causa que precisa de muita gente e muitos recursos. Quais os meios ou quais ongs e projetos você indicaria para quem quer se engajar?


Acho que indicar uma é difícil, mas pra quem quer ajudar, acho que a melhor maneira é procurar alguma ONG local, ver quais são as necessidades dela, ou até mesmo pela internet, ajudando na divulgação de eventos por exemplo, pois a maioria das ongs sobrevive de doações e eventos realizados (como bingos, etc). E é claro, não ter preguiça de ajudar, pois é um trabalho desgastante, e que não tem dia pra ser feito, feriado, final de semana, não tem dia certo pra nada. Quando ver algum tipo de animal precisando de ajuda, faça o óbvio, ajude! Aliás, aproveitando, queria lembrar o pessoal que dirige e que está sujeito a atropelar animais e pessoas (às vezes é inevitável), se isso acontecer, pare e ajude, não deixe o animal caído na pista. Leve para alguma clínica, converse com o veterinário, explique a situação, tenho certeza que ele será compreensivo, ajudará no preço, ajudará a doar quando o animal ficar bom. E se precisar, faça campanhas pelo facebook, internet, para ajudar a pagar, tem sempre gente disposta a ajudar com as despesas. Muitas vezes esses animais atropelados, ficam vivos, agonizando por horas, caídos nos canteiros, acostamentos, às vezes até passamos por eles achando que já estão mortos, mas estão apenas caídos alí, sem forças. Sempre quando vejo algum animal caído, por mais que pareça que já está morto, eu paro para ter certeza.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Café com estilo e arte

Há poucos dias fui colorir minha tatuagem (muitos de vocês já sabem disso). Foi um dia super prazeiroso e por isso quero aproveitar este post para fazer duas indicações: o studio e o café.

O Gatto Matto Studio Tattoo é o melhor de Campinas. Os artistas são incríveis, super premiados, especialistas em estilos diferentes. O tipo de tatuador que dá pra entregar a pele de olho fechado. 
Aliás foi quase isso que fiz. Tatuei com o Lelo que é especialista, entre outros estilos, em oriental e por isso totalmente indicado para fazer a minha fênix. Cheguei pra ele e disse: "Quero uma fênix com o rabo acima das estrelas que tenho na canela, o bico para cima e asas abertas. Não gosto de bico aberto porque parece galinha e não gosto de rabo parecido com pavão. Quero algo bem feminino e sensual". "Ok, tem alguma imagem?" "Não, pode criar, fica a vontade". O trabalho superou as minhas expectativas! Ficou muito melhor do que eu conseguiria imaginar. 
Para pintura foi a mesma coisa: "vou te dar trabalho porque não sei o que eu quero" "deixa comigo, diz umas cores que você gosta e deixa comigo" "eu só queria uma cor feminina, ou rosa, ou vermelho" "tem alguma que não goste?" "laranja, pode ter, mas não como cor principal" "tá bom, deixa comigo". E mais uma vez ele me surpreendeu. 
Por isso acho no mínimo justo indicar o Lelo e o Gatto Matto. Bom trabalho tem que ser reconhecido! É como um agradecimento por me deixarem tão satisfeita. Como disse no dia, a arte dele me fez uma pessoa mais feliz.
Além disso tudo, da decoração contemporânea e do clima alegre no studio, ainda tem um café anexo que é muito, muito bom. 
A Gatto Matto Caffetteria é comandada pelo Agnaldo. Ele serve um expresso verdadeiro, saboroso e com uma textura leve. É barista e adora falar e explicar sobre o café, como fazer, como beber, como apreciar, marcas e sabores. O café vende a marca com a qual trabalha e dá para levar pra casa um pouco daquele sabor. Ah e você ainda pode se inscrever nos cursos que ele ministra. 
Então se você gosta de arte, tatuagem e café, você TEM que conhecer esse lugar e pode começar, acompanhando a fanpage dos caras. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

8º Episódio: A mosca mutante



Eu já comentei algumas vezes por aqui sobre meus episódios de luta contra seres estranhos da natureza, mas há um deles que é digno de Oscar.
Foi no ano de 2002, 2003, acho. Faculdade, dividindo o apartamento com uma amiga. Numa das noites quentes de Marília, estamos lá falando, ouvindo música, a casa inteira aberta. Foi então que olhei na direção da janela da cozinha e notei algo brilhando. Uns minutos de silêncio interrompendo a conversa e a constatação: tem um bicho ali. 
Minha amiga se aproximou da janela: é enorme, brilha, tem asas, sei lá o que é isso, mas se a gente fechar a janela, fica para fora. Pronto! Tudo resolvido! Não, claro que não: o "sei lá o que é isso" entrou voando pela casa. O barulho das asas batendo era muito pior que abelha preta. Era um helicóptero sobrevoando a sala. Nossa reação? Clássica: aaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh e corremos nos trancar no quarto. Ficamos muito tempo ouvindo o helicóptero voar e bater em tudo na sala. 
Quando enfim o silêncio dominou a sala, começamos a traçar nossos planos de ataque. Primeiro tentamos definir o que era o tal bicho. Só conseguimos classificar como "inseto enorme horrível que voa". Se é inseto, o inseticida deveria matá-lo. Então a Flávia sairia pela porta da lavanderia, pegaria o inseticida e me passaria pela janela do quarto. Aí ela ficaria protegidinha lá enquanto eu atacava o bicho. Ele morreria e fim. Ah tá...
Rolaram umas 3 tentativas da Flávia correr até a lavanderia, porque cada vez que abríamos a porta o helicóptero levantava voo. A cada tentativa nosso medo e nossos olhos aumentavam. E a pergunta era "o que é isso?". Enfim o bichinho decidiu ficar parado na janela da sala e muito lentamente consegui abrir a porta. Enquanto ela correu para lavanderia eu fiquei observando o invasor. Descobri o que era: uma mosca mutante. Deu pra ver o brilho esverdeado, o formato das asas, os olhos enormes. Uma mosca maior que uma barata. Uma mosca mutante. 
Fui então para minha parte do plano: matar a mosca mutante com inseticida de mosca comum. Abre a porta do quarto, mira e... 1º jato - ela saiu voando; 2º jato (um pouco maior) - novo voo; 3º jato - idem; 4º jato - consegui encurralar a mosca mutante num canto e dispensei meia lata de inseticida naquela fdp! Quando parei as asas estavam brancas e cheias de espuma. A mosca deu aquela mexidinha de mosca nas asas, limpou as patinhas e VOOU! Nova onda de gritos e daí pra frente a coisa virou um pandemônio: a Flavia entrou com uma vassoura, a mosca mutante voava, eu com o inseticida, todas gritando. Enfim o bicho foi abatido.  
Anos depois, estou eu na escola com as crianças, e uma vem correndo com a carcaça de um inseto na mão, rindo e assustando as outras. Eu reconheci a carcaça de mosca mutante de longe. Corri na direção da menina - O QUE É ISSO? ONDE VOCÊ PEGOU? - E ouvi uma sonora gargalhada da turma de cinco anos - Calma Prô, é pele de cigarra... Sim, minha mosca mutante era uma simplória cigarra que meus alunos pegavam na mão... 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Uma pergunta. Três respostas.

Com empolgação, apresentamos à vocês o mais novo espaço do MSMJ: "Uma pergunta. Três respostas."

Vai funcionar mais ou menos assim: Conforme o nome já diz, uma pessoa faz uma pergunta e daí iremos atrás de 3 pessoas, falaremos com cada uma delas individualmente e pediremos uma resposta. A identidade de cada um será preservada (tanto do dono da pergunta, quanto de quem a respondeu). A pergunta também pode partir tanto de uma mulher quanto de um homem e pode ser direcionada ao sexo que a pessoa dona da questão definir.

Qualquer pessoa pode participar! Para mandar sua pergunta, entre em contato com a gente pela Fanpage ou pelo e-mail: msmj.blog@gmail.com. :)


Leitora pergunta ao público masculino:


"Por que os homens vivem espalhando por aí que gostam de mulheres desencanadas, com bom papo e que não peguem no pé, mas acabam tendo relacionamentos sérios com mulheres ciumentas, que ligam toda hora, cobram e fazem beicinho?"

Homem #1 [19 anos]: Então eu acho que muita coisa que sai da boca de homem tem que ser levado o momento, nenhum cara vai pra balada e fala que gosta de mulher ciumenta que pega no pé... e é dificil mesmo algum homem gostar muito disso, mas um cadinho disso é essencial pra relacionamento. Porém em exagero é ruim e constrangedor em alguns momentos. Eu já passei por um namoro de 1 ano e pouco e em alguns momentos sentia falta desse ciuminho, de coisinhas assim, mas minha namorada não demonstrava muito kkk o que é bom, mas tá vendo homem também é complicado... Eu prefiro o meio termo, um pouco de ciúmes não é ruim, dar espaço pro namorado não é ruim. Depois de rodeios eu acho que no fundo mesmo homem não namora com mulher desencanada e tal por medo, elas são mais inteligentes que eles e podem terminar o relacionamento a qualquer momento, são mais decididas, já as ciumentas os caras sabem que vai ser mais difícil.

Homem #2 [26 anos]: Porque aquilo que a gente diz querer é bem diferente daquilo que a gente realmente quer, no fundo. (E quando eu digo "a gente", estou falando de pessoas no geral, não só homens.) Por um lado, é muito bonito e racional dizer por aí que queremos alguém independente, completo em si mesmo, que se vire e tenha o seu espaço e nos deixe no nosso. Faz todo o sentido do mundo, porque isso traz uma mensagem embutida: "Sou uma rocha emocional, estou tranquilo, estou de boa, não importa o que aconteça ou como a outra pessoa se comporte." Só que não é bem assim. O nosso Racional bola essa teoria quando estamos solteiros, porque faz sentido cognitivamente, mas na hora que estamos com alguém (em todas, na verdade, mas deixa pra lá), quem dá as cartas é sempre o Emocional. E ele gosta, sim, de alguém que queira conversar com ele por uns minutinhos todos os dias, que se lembre dele quando está almoçando, que fique o dia todo bolando um SMS bobo. Que declare amor eterno e louco e proponha fugir a sós e ir vender coco numa praia da Espanha para sempre. O Racional e o Emocional são como dois caras com problemas de comunicação dividindo um apartamento. Cada um decide uma coisa sem comunicar o outro (e ambos estão certos, sob algum ponto de vista), e aí dá a merda que na nossa vida damos o nome de incoerência. Até porque o apartamento pode até estar dividido igualmente entre os dois caras, mas a escritura está no nome do Emocional. Quem decide, no fim das contas, apesar de qualquer protesto, é ele. 

Homem #3 [38 anos]: Xi, fudeu! Eu gosto de descolada! Falando sério, acho que do mesmo jeito que mulheres dizem que querem caras sérios e acabam escolhendo os mulherengos! No fundo muitos caras idealizam algumas coisas nas mulheres e só depois descobrem o que vem junto no pacote! Aposto que tem caras que querem ser o "cara" do relacionamento, com mulheres que aceitem tudo que eles fazem... todo mundo quer ser idolatrado! Por incrível que pareça, muitas mulheres bonitas tem baixa estima (sempre tem algo errado) ou falta de confiança em si mesmas.... e adivinha o que os caras sonham? Exatamente com essas! Outra coisa, que acho que está no fundo do pensamento feminino é que homem é tudo igual, e que se achar um homem melhor que os outros, pegue ele e não deixe ninguém chegar perto! A questão da Zona de Conforto sempre volta a minha mente sobre o assunto. Podemos ter uma ideia sobre o tipo de pessoa que nos atrai, mas a maioria opta pela que gera o melhor custo/conforto. O ciúme é visto por muitas pessoas como um significado de segurança "Se a pessoa sente ciumes é porque me ama!", eu acho isso um engano, ciúmes tem a ver com sentimento de posse! Eu sempre considero dois tipos de ciumentos, a) O inseguro b) A projeção. O segundo que é o mais interessante, é aquele que trai e não quer ser traído, esse tipo costuma ter um ciúmes bem agressivo enquanto o primeiro vai depender do grau de insegurança. Sobre o beicinho cuti-cuti, sei lá. Um dos sonhos sexuais masculinos é a Lolita de Nabokov, ou talvez seja o medo das pessoas ficarem velhas, ou ainda a infantilização instintiva, como o do cachorro que vive em casa, algo de sobrevivência. Não consigo compreender muito bem como isso acontece! Mas é certo que uma infantilização da relação parece, para a maioria dos casais, algo que pode prolongar a relação.


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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cine MSMJ - Martian Child

"E uma das coisas que eu aprendi sobre fantasia, na minha vida, é que pode ser uma técnica de sobrevivência. Funciona como um mecanismo de fuga, uma maneira de lidar com os problemas que são maiores que você, maiores do que você é capaz de lidar."


Filme 'Ensinando a Viver' [Martian Child], 2007. David Gordon [interpretado por John Cusack]  foi uma criança que se sentia solitária e excluída. Cresceu sonhando com o dia em que ET's viriam buscá-lo e levá-lo de volta para casa. Tamanha imaginação o tornou um escritor de ficção científica de sucesso em sua vida adulta. Porém, David ainda se sentindo só, opta por adotar uma criança. No centro de adoção, depara-se com uma tanto quanto especial: um garoto sem muitos amigos, com manias esquisistas e que acredita piamente ter vindo de Marte! Dennis [interpretado por Bobby Coleman], o menino "marciano", chama a atenção de David por viver fielmente num mundo de fantasias e assim remetê-lo à sua infância. 


O menino é uma graça!! Por isso, vou apelar: não deixe de ver este vídeo. ;)



Minha opinião: Antes de mais nada, acho uma pena terem traduzido o nome original para 'Ensinando a Viver'. Te faz pensar que é um filme de auto-ajuda ou de desgraça, ou bobinho e dispensável, ou qualquer outra coisa que 'Martian Child' não é! Este é um dos meus filmes preferidos porque traz à tona certas reflexões: o fato de como uma criança pode mudar a forma como encaramos a vida e sobre a pressão que às vezes nos colocam para sermos quem não somos... entrando na questão 'Aceitação x Amor', de forma leve e bem abordada. Diálogos simples, inteligentes e até divertidos. Recomendo. :)


sábado, 11 de agosto de 2012

Renda, Atrevida, Zazá ou Gabriela?


Pesquisando sobre as cores e nomes de esmaltes para este post, achamos muita coisa por aí, mas muita mesmo. Uma reportagem ou post melhor que o outro. Mas em todos tinham alguns pontos em comum: como a ideia de que se escolhe o esmalte pelo nome e que isso tem relação com seu estado de espírito. Pronto! Já cutucou nossa língua: será!? 

Kelly: Pois é. A princípio, rolava apenas uma curiosidade sobre como surgiam os nomes. E rindo de todos eles, fizemos esta tal pesquisa que nos levou a algo que não estávamos esperando... porque, afinal, eu tenho em casa um esmalte chamado 'Sereia' e nem sei nadar. =P 

Mica: Segundo os especialistas você escolheu o Sereia porque quer aprender a nadar, ou porque quer ficar sexy. Ui! Ou porque quer encantar os homens... aff, cada explicação mais brega! Eu AMO nomes de esmaltes. Racho horrores na manicure. Nem ela aguenta o tanto que eu me divirto com isso, já está acostumada que a escolha vai demorar. Mas o que me leva a escolher a cor é muito mais a roupa que vou usar, o lugar onde vou, a ocasião. Pra mim, esse papinho de que você escolhe a cor pelo o que está sentindo é só um bom discurso de marketing pra falar do assunto sem dizer nada. 

Kelly: Segundo uma  das matérias, esmalte é uma compra emocional. Concordo em partes. Quando quero me sentir poderosa e mulher fatal [haha], vou nos tons escuros. Quando tô zen, vou nos rosinhas, por exemplo. Tenho um até que se chama Amor Doce, olha que graça! Neste caso, até acertaram no nome, mas tenho um outro esmalte rosa, chamado Lavanda, o que me lembra cheiro de banheiro. Tsc tsc...

Mica: Lavanda me lembra roxo, lilás ou azul... Escolhas são expressões do momento, da personalidade? Sim. Mas não tão cru como colocaram nos textos. Quando escolho um vermelho, escolho UM vermelho e não exatamente o vermelho tal. Achei muito restrito e romântico essa coisa de compra emocional. Fora isso tem o gosto, tem o tom de pele da cutícula e até se o esmalte é novo... Quantas vezes desisto de uma cor porque vejo que o esmalte já tem uns dias e vai sair fácil. E essa mania de psicologizar tudo retira a graça das coisas, muitas vezes o motivo é um só: beleza. 

Kelly: Concordo! E aliás, como seria bacana se os tais nomes de esmaltes realmente tivessem o poder de transmitir o que queremos. Mais um exemplo: tenho um chamado Paparazzi. Fui pra balada com ele e não rolou nenhum flash. Tenho um vermelho Sensual. Será que sensualizei?!



Mica: Lembrei de uma coleção da Risqué que era toda de nomes de mulheres - Jackie, Rita, Audrey e tal. Aí eu cismei que eram inspiradas nas grandes divas e ficava tentando convencer minha manicure disso - Jacqueline Kennedy Onassis, Audrey Hepburn, Rita Hayworth... Ela não se convenceu até hoje! Mas fala a verdade, usar um cinza Jackie Kennedy Onassis não tem muito mais glamour!?

Kelly: Eu usaria um Audrey Hepburn só porque ela tá moda. hahaha [brincadeira]

Mica: Ela tá na moda? Aí mais uma vez a moda estragando meus gostos... 

Kelly: Mas neste mundo de infinidades de nomes de emalte, alguns não compreendo bem. Tem um da Impala chamado Piquenique. E é vermelho. Sexo ao ar livre?

Mica: Eu pensei em comida! hahahahahhahaha Torta de morango? Mas entendo, uma das cores que mais gosto são os rosas-acinzentados também famosos como rosas-chá. O que eu mais gostava saiu de linha, mas todo ano lançam um bem próximo. Nisso ele já foi rosa antigo, vinho tinto, sexy, rita, etc. Pra mim é rosa-chá. Agora quero morrer quando gosto da cor e o nome é ridículo! Na hora penso na situação de alguém me perguntando qual é o esmalte e eu tendo que responder “#bjomeliga”... Confesso que já disse “não lembro” e até inventei o nome hahahahaha 

Kelly: Sobre nomes ridículos, tem uma coleção da Colorama chamada Respeitável Público. E vai vendo, tem a cor Nariz de Palhaço. Eu não sei se este é um nome que me inspiraria a comprá-lo. Afinal, não sei se quem tá sendo chamada de palhaça sou eu, ou se a intenção é fazer alguém de palhaço. Bizarro!

Mica: Eu gosto dos nomes engraçados: garota verão, leite de côco, noite africana... Mas se eu fosse criar uma coleção seria com música - um laranja “Rio 40o”, um azul “Gritos na Multidão”, um vermelho “Porque que a gente é assim?” hahahahahhaha Estou adorando brincar disso! 

Kelly: Hahaha, se eu fosse criar uma coleção minha, vixeeee... Seria assim: nos dias de tpm demoníaca, um preto chamado 'Sai da frente'. Dias felizes, poderia rolar um tom verde-água, chamado 'Aceito convites pra Búzios'. Dias de amor e paixonite, hmmm, depende. Se a vibe é paixãozinha, eu aprovo o Amor Doce. Se rola um tesão, poderia ser um tom de vermelho, chamado 'Tesão' mesmo, por que não? hahaha... Aliás, poderiam criar [não sei se existe, produção] esmaltes "para o sexo". Se funcionaria, eu não sei. Mas acharia engraçado. 

Mica: Podia também ser com nome de bandas ou cantores! Adoraria usar um Iggy Pop ou um Nirvana! hahhahahahahaha

Kelly: Perfeito! Eu queria ser a Madonna por um dia. Nem que fosse apenas no esmalte.

E vocês, leitoras, quais os nomes mais engraçados que já viram e quais o mais rídiculos?

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

(In)Dependência Sentimental


Por Julie de Abreu


Nove anos... Esse foi o tempo em que passei no meu último relacionamento. Um namoro que começou sem muitas esperanças de dar certo, mas que no final durou (e como!).

A decisão do fim foi quase mútua, já não dava mais para fingir que estávamos em sintonia, não poderíamos mais ignorar que nossos planos eram divergentes. Então, o que restou foi o tão temido fim.

Sim! O fim é temido por todos, minha gente! Não importa o grau de instrução ou o nível social, assim como um psicotrópico qualquer, o “amor” vicia e nos torna dependentes do outro com uma rapidez inacreditável. Como todo adicto, o dependente de amor sofre para sair da situação de vício. E superar essa dependência demanda algum tempo na rehab.

Além da reabilitação all inclusive (com música do Robertão, ombros de amigos/as e encontros furados), é preciso uma dose de boa vontade, um resquício de dignidade e uma pitada de autoconhecimento.

Sabe aquela conversa de: saia, conheça pessoas, faça um curso, viaje pra longe, etc, etc, etc. Não funciona. É como um tratamento paliativo, distrai e tira o foco do verdadeiro problema.

Em geral, buscamos a felicidade fora. Seja no outro, em compras no shopping, em momentos com os amigos, na carreira ou na família. Tudo isso é importante. Mas, e quando estamos sozinhos com nossos pensamentos e sentimentos? É nessa hora que o bicho pega e a porra fica séria? Oh-oh...

A independência sentimental só funciona quando sabemos exatamente o que queremos. Aí então, as conversas com o ex deixam de fazer falta, a ligação do amigo colorido não é tão importante e o carinha da balada se torna apenas... O carinha da balada.

Afinal, ao contrário do que os Best Sellers de auto-ajuda para a meninada solteira dizem, não devemos ser poderosas para casar ou nos mostrar independentes para atrair um bom partido. O negócio é fazer isso por nós mesmos, para a nossa (própria) alegria!!!

Não digo que é fácil. Eu mesma estou na rehab e tenho trabalhado com alguns passos para atingir o objetivo (vou patentear isso).

Quero deixar claro que carência é normal, é humano até. Só que ao invés de recorrer a um pote de Hagen Dazs, ao telefone do último rolo ou ao facebook com aquelas frases #foreveralone, que tal mudar o foco e tentar achar dentro de si mesma o motivo para estar feliz?

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Convidada

Este é um dos meus romances preferidos. "A Convidada" é o primeiro livro de Simone de Beauvoir e traz a história de um triângulo amoroso em Paris no final dos anos 30. 

A história é narrada por Françoise, uma escritora que vive um romance com o ator de teatro Pierre e recebe em seu apartamento a provinciana aspirante a atriz Xaviére. 

Através desta relação que cresce de forma curiosa, vemos uma descrição da boêmia intelectual parisiense da época. Impossível não se imaginar nos cafés em conversas divertidas e por vezes sem sentido como as das personagens. Impossível não se envolver pelo clima de sedução e ciúme que o romance transborda. 

Há ainda a influência do princípio do existencialismo no texto. Não é segredo que Sartre e Beauvoir foram amantes e que a filosofia existencialista surgiu não só pela mente do filósofo, mas também das ideias que os dois partilhavam. Há cenas inteiras em que se vê o pensamento existencialista expresso de forma crua e explícita. 

Fica então a dúvida se o triângulo amoroso narrado tem alguma relação com a vida real da autora. Anos depois, ela assume que há elementos autobiográficos, sem maiores detalhes. 

O fim do livro é surpreendente e traz uma reflexão sobre relações, posse, ciúme e amor que me fez mudar muito minha visão destes sentimentos. 

sábado, 4 de agosto de 2012

E aí, qualé, que é?!

Mulheres aderindo a linguagem 'mina, mano, treta, truta, é nóis e palavrões' e Homens falando como mulheres 'estou indo nanar, vou mimi, quero fazer xixi...' O que está acontecendo?

Semanas atrás, recebemos de um amigo e leitor, a sugestão para que o caso feminino citado acima fosse abordado porque tal linguajar o incomodava. E daí, lembramos também que algo parecido tem ocorrido no universo masculino - só que ao contrário. Saia justa: sim ou claro? Lá vamos nós!


Mica: Vamos por partes: mulherada super gíria. Confesso que não conheço muitas, talvez seja um fenômeno novo (a velha), mas tem coisa que sempre fica estranha. Não exatamente por ser mulher, mas por estar relacionado a algum estereótipo. Tipo “mano” na década de 80 - minha adolescência - mano era coisa de trombadinha. Então ninguém que não era trombadinha queria falar mano e ser identificado com isso. Hoje já é normal, mas eu continuo odiando. 

Kelly: Em São Paulo, desde que eu nasci e tenho conhecimento, sempre foi natural o uso do 'meu'. E pra mim ficou claro que de uns anos pra cá, o 'meu' foi parcialmente substituído por 'mano'. Eu não sei com que frequência 'mano' é usado em outros estados, mas sei que em SP, tanto no interior como na capital paulista, se tornou comum. Também sou da época que 'mano' soava horrível, vindo tanto da boca de um homem quanto de uma mulher. Hoje, ainda é feio para algumas pessoas, e não é para outras. Eu me encaixo na turma do 'não', pelo simples fato de que toda vez que ouço 'mano', não enxergo como 'vocabulário de trombadinha' e sim o 'meu' de forma disfarçada. Porém, se pega mal para mulher, hmmm, complicado. Eu assumo que falo 'meu, mano e treta' com amigos. Digamos que rola uma piada interna, e que quando falo deste jeito, estou no 'modo brincadeira'. De qualquer forma, só uso com quem tenho intimidade. Confesso que não falaria assim com um professor da faculdade ou com meu chefe, por exemplo. Acharia horrível. Não teria porque falar assim com eles. Enfim...

Mica: O próprio conceito de gíria traz a ideia de que é a linguagem de determinados grupos. Assim como as brincadeiras internas, algumas gírias só fazem sentido nestes grupos. Mas pensando se isso atrai ou não numa pessoa, a resposta é sim. Porque tem cara que vai olhar pra mina falando gíria e pensar “credo, que maloqueira!” e outros que vão suspirar de amores... Cara que fala errado me brocha. Excesso de gíras também. Uma vez um cara chegou em mim com a seguinte frase “e aí mina, qual é a do molho!?” Resposta: tomate. Ah vá!

Kelly: Sim, cada um tem um gosto e palpite do que é atraente. Falando de mulheres, se é certo ou não, se é bonitinho ou deixa de ser, é difícil criar uma regra aqui. A Glória Kalil provavelmente diria que é péssimo, hahah. Mas eu, particularmente, acharia um saco falar formalmente o tempo todo. Porém, concordo que o excesso cansa. Comigo ainda não aconteceu de ter contato com uma garota que fala 5 vezes a palavra mano numa frase, senão, certamente me incomodaria [assim como acho que QUALQUER palavra que é usada demasiadamente, cansa].

Mica: O meu querido José Saramago dizia “a língua é a maior expressão cultural de um povo”. Não é só a língua culta - gírias, regionalismos e neologismos também entram nessa conta. O triste é ver que as pessoas não valorizam isso. Saber falar corretamente não implica não falar gírias e tal. Ter uma linguagem mais solta também não implica em não saber falar corretamente. Uma coisa não briga com a outra. Outra questão é saber onde e quando empregar cada coisa. Eu não vou chegar na balada e começar a despejar o vocabulário mais culto do mundo. Mas também não faz sentido me apresentar para um paquera da forma mais tosca do mundo... Eu não sei quem é o cara, eu não sei se ele vai me entender, se isso vai facilitar ou atrapalhar. Linguagem serve para interação e isso só rola se as pessoas se entenderem... um mínimo de esforço é necessário, poxa!

Kelly: Falando sobre homens, percebo que assim como algumas mulheres estão "falando que nem macho", de repente, vejo cada vez mais homens falando como menininhas. Eu tenho HORROR quando um cara fala/escreve 'vou nanar, vou mimi'. SÉRIO. Poderia ser o Gael García Bernal, eu deixava falando sozinho! Se estou sendo radical, não importa, a questão é que cada um tem uma lista de coisas que atraem ou afastam. E tenho consciência que, assim como me acho no direito de achar tosco homem que fala deste jeito, também não posso reclamar caso ele entorte a boca ao me ouvir falando um palavrão. Questão de gosto. Até porque, nenhum dos dois é obrigado a estar com o outro no final. Pronto.

Mica: Linguagem de criança e voizinhas ridículas é a típica coisa que me faz olhar para trás e pensar: aff Micaela, que vergonha! No meio do namoro, já aconteceu mais de uma vez, mas depois que a paixão acaba, volta a ser ridículo. No entanto ainda dá pra entender, coisas de namoro. Agora ver o cara postando no facebook “vou nanar” é algo que me deixa com cara de ponto de interrogação e a pior impressão possível do bofe. Isso é coisa de moleque mimado que não virou homem ainda e tá procurando uma substituta para a mãe.

Kelly: Enfim... se analisarmos o porquê desta 'troca', quais seriam as conclusões? A de que os homens estão mais sensíveis e  as mulheres masculinizadas? Não sei. Aposto que há mulheres que  acham uma graça 'homem que faz pipi', assim como tem caras que sorriem quando a garota diz 'E aí, firmeza?'. Como cada um dos sexos vai lidar com isso, acredito que não dá pra generalizar.

Mica: Eu acho que é culturalmente mais amplo do que masculinizadas ou feminilizados. Acho que as interpretações disso vão estar mais ligadas a visão de mundo como um todo, para além dos papéis sexuais. Exemplo: eu não acho masculinizado falar “mano”, me remete mais a pobre, ladrão, vulgar. E não acho feminilizado falar como criança, me remete a criança mesmo. Já para o nosso leitor, as garotas ficam masculinizadas e feias. Ele está errado? Eu estou errada? Não. Mas se escolhemos nos colocar assim, temos que lidar com o que vamos parecer aos olhos dos outros. Não que isso importe, mas rola. Se você não quer parecer criança, não fale como criança. Se pouco se importa, fale. Porque sempre vai ter quem gosta e quem deteste.