domingo, 22 de abril de 2012

Manual de Defesa para Festas Furadas


Então você tem uma festa para ir. Legal! Festa geralmente é muito melhor que balada, a coisa é mais intimista, fica mais fácil falar, mais fácil conhecer gente, mais fácil paquerar, não é? Nem sempre...

Samara: A festa está marcada, você já se programou direitinho e combinou com os amigos. Até então super empolgada, chega lá e o lugar não é tudo aquilo que prometeram: muito pequeno para tanta gente e todos sentindo aquele calor insuportável. Ar-condicionado e organização mandaram lembranças.

Kelly: Você vai esperando ouvir um tipo de música, gente interessante, uma bebida decente, mas... na hora que chega, vê que não era bem aquilo. E o pior, é quando você paga [e caro] por uma festa assim.

Mica: Música é essencial para uma festa de sucesso. Aí tem lá o computador do dono da festa e cada hora um vai, troca a música e coloca o que acha mais legal. Pronto, nenhuma música chega ao fim. 

Kelly: A moda agora é todos quererem dar uma de DJ. Não dá certo! Daí, você se atreve a beber. A bebida tá quente ou provavelmente batizaram com alguma porcaria. Como lidar?

Mica: Engraçado que na hora de chamar pra festa a propaganda é a melhor né? Vai bombar! Galera super gente boa! Muita bebida! Uhu! Vamos dançar a noite inteira como se não houvesse amanhã! E a primeira coisa que acaba, antes do amanhã chegar, é bebida. Ou até tem, tang com pinga, vodca barata com halls e coisas do tipo. 

Samara: Aquele ataque de DJ em que as músicas estão super por fora, nitidamente colocado ali de última hora. A bebida que ajudaria a você passar pelo resto da noite sem querer pensar nisso está quente? Quero que o organizador se exploda!

Kelly: Apesar de tudo, você ainda fica mais um pouco, porque há a esperança de que possa melhorar. Ah, sim, claro! Aguarde: Vai chegar um maluco muito doido ou alguma garota-porre pra ficar no seu pé, se você estiver no seu cantinho. Ou seja, 'ficar na miúda' não é muito aconselhável...

Mica: Ih! Lembrei de duas pérolas que ouvi em situações assim - uma o moleque começou a falar de Hegel. Sim, pleno auge da festa, Mica rindo até, o carinha gato (era gato) encosta e começa a analisar a coisa segundo Hegel. Segunda, o cara fala “eu tenho uma meia da mesma cor que a sua”. Festa assim, tem que ser de turma, dessas turminhas impenetráveis, pra fazer uma baladinha dentro da festa. 

Samara: Mesmo assim tem que ficar sempre em movimento para evitar aqueles caras que te puxam pelo braço e mandam aquelas cantadas batidas. Assim você sai do radar dos beberrões, que se acham super engraçados na hora de tentar puxar uma conversa. 

Kelly: Quando a pessoa começa com assuntos nada a ver, só para 'quebrar o gelo', o papo vira aquela coisa do 'E aí, tá frio/calor, né?' Aprendi que em casos como este, o silêncio não deveria ser considerado 'falta de sucesso social' e sim ser apreciado. A escapatória clichê é 'Vou ali procurar minha amiga...' tsc tsc

Mica: E tem também aquelas festas que não são festas, são reuniãozinhas: o povo está sentando conversando, música baixa, quase só tem casal e é só isso. 

Samara: Você tentou entrar no clima super furado da festa, conversou, tentou melhorar o clima para você mesma, afinal, você saiu de casa e a noite não pode ser um desperdício completo, mas é chegada a hora em que é melhor se retirar, para ao menos ter algumas lembranças boas e não se aborrecer por completo, só que ainda tem que enfrentar aquela fila imensa da chapelaria ou do banheiro...  

Kelly: Situação que reavalia-se a amizade do sujeito que te convidou para uma cilada dessas. 

Samara: Depois de tanta cilada em consideração pela amizade, é melhor procurar outra fonte de sugestões e aprender a dizer não. 


Mica: Existem indícios de que você está topando entrar numa roubada. Comece por quem te convidou, em quantas roubadas esse amigo/amiga já te colocou? Depois pergunte sobre a festa, assim verdadeiro interrogatório - que som vai rolar, onde é, pra quantas pessoas, quem vai, como chega, como volta, etc. Preste muita atenção nas respostas, muito cuidado com - tem que ir de carro, é longe, te dou carona. Sinal de alerta que você pode ficar presa na pior festa do momento. 

Kelly: Também nunca caia nessa de que só porque a festa é cara, há mais chances dela ser boa do que ruim! Pesquise a fundo se será daquelas que vai mudar a sua vida ou daquelas que você vai sair xingando porque perdeu dinheiro. Pagar caro e não rolar festão, melhor ficar em casa [eu pelo menos acho].

Mica: Mesmo assim foi e está arrancando os cabelos para fugir do lugar? Beba pouco, porque a probalidade de dar merda é grande. Fique na tua e na primeira oportunidade, vaze. Vale até dizer que que o homem da tua vida te ligou e vai encontrar com ele. Ou que era tua irmã lembrando da festa do cunhado! Só não mate a vó, porque essa nem chefe acredita mais. 

Samara: Na hora de sair da furada, tente encontrar aqueles amigos que estão lá com você na mesma situação, saiam correndo para um barzinho e finalizem a noite rindo pelo que passaram. Ao menos encontrarão bebidas geladas naquele lugar em que sempre se reunem, mas que não deixa de ser agradável. Melhor acabar a noite com alguns amigos e boa risadas, do que nem conseguir sobreviver com eles na festa da qual escaparam.

Kelly: Em todo o caso, se você estiver muito de bem com a vida e prefere se jogar, vai lá: dance a bosta da música do momento ou aproveite até para fazer algo que sempre quis e nunca pôde, nem que seja pra dar bafão. Afinal, a oportunidade está ali. Pelo menos, você terá uma história pra contar depois. Lembrando que, isto vale para quem está no 'pique alto astral'. Se você estiver pra baixo e resolver baixar o santo, hmmm, estas são duas coisas que não combinam muito.