Cláudia: Com o final do ano, além da vinheta chata da globo, vem aquele: ‘O ano acabou e o que eu fiz??’. Bate aquele momento de reflexão, e dependendo da resposta, pode causar frustração e até algum arrependimento.
Kelly: Então, comigo não acontece, hahah, sério. E já falo o motivo: não faço promessas há anos, justamente porque colocava umas metas que geralmente eram muito foda de alcançar e depois ficava frustrada. Parei com isso. ADORO festejar a virada de ano, é uma das minhas datas preferidas. Mas paro por aí.
Mica: Eu amo as listas! Adoro o momento de parar e olhar para dentro, para minha vida e me perguntar “e aí Mica? tá bom assim? quer mudar? quer ir pra onde?”. Faço isso duas vezes ao ano: no meu aniversário e na virada de ano. Simbólico e cheio de significado, eu sei. Eu sou assim: gosto de rituais, de tradições que eu invento, de símbolos e significados que uso propositalmente para manter minha sanidade. Ou minha loucura...
Cláudia: Eu cheguei a conclusão que não sirvo para ter lista, planejar como será daqui a um ano, definitivamente isso não é pra mim. Mas esse ano, me vi obrigada a estabelecer 3 metas na minha vida. Uma delas, até já dei início, as outras dependem do dinheiro. Mas vamos lá, como diz o poeta: ‘aponta pra fé e rema’.
Kelly: Então, as pessoas podem pensar que eu não faço reflexões e metas. Na verdade, faço. Mas durante o ano. Tipo, eu me avalio constantemente, sabe? Quando algo não vai bem, já me toco que é hora de mudar, por exemplo, já tento reverter de imediato. Enfim, eu tenho ideia das coisas que eu quero, claro, mas não jogo isso para o ano seguinte.
Cláudia: Eu também penso assim Kelly, temos a oportunidade de mudar o tempo todo, avaliar nossas atitudes e ações. Eu te confesso que esse ano foi bem difícil. Gastei muito mal todo dinheiro que ganhei, tive muita decepção e decepcionei muita gente. Mas foi um ano que fiz grandes amizades e aprendi a reconhecer quem vale a pena permanecer e quem vale mais a pena deixar ir, penso que essa foi a principal lição que tive.
Mica: Pensar, refletir sobre a vida acho que é algo que todo mundo faz um momento ou outro. Acho que quando as coisas não estão bem, torna-se inevitável. Se não for regra geral eu gostaria muito que fosse, porque isso é o que nos faz ter a chance de mudarmos. E pra mim, um não exclui o outro. São iguais e se complementam na minha-dinâmica-super-pessoal-de-eu,-eu-mesma-e-irene. Tem dois casos que isso me fez lembrar. Há anos atrás coloquei como objetivo de ano novo ler 6 livros, no outro 7, no outro 8, no outro 9. Nove por dois anos e vi que o meu máximo é 8. Desde então eu leio 8 livros/ano sem esforço, virou minha rotina. Segundo caso aconteceu neste ano. Eu planejei fazer minha tatuagem e tive até que abrir mão da minha viagem anual para guardar a grana necessária. Mas quando consegui e cheguei no studio pra marcar, o cara só tinha horário pra 2012... Então, a arte de planejar envolve aceitar que não se tem controle de tudo e que você vai ter que parar e reavaliar quando algo sair do esquema.
Kelly: Então, exatamente, não temos controle sobre tudo. E acho que é por isso que as pessoas ficam tão frustradas... Ok, há pessoas que se esquecem das suas 'promessas' na terceira semana de janeiro; mas há as outras que dão o seu mellhor, só que se magoam consigo mesmas porque esquecem que nem tudo é culpa delas, sabe.
Cláudia: Eu por exemplo, nem precisei chegar na 3º semana de Janeiro, tentei fazer uma lista em Dezembro e até fiz, mas não anotei e já me esqueci de tudo. Dai tracei essas 3 metas, minha memória é seletiva gente, vocês nem imaginam o quanto.
Kelly: Falando de metas loucas que as pessoas costumam fazer, tem algumas que são meio bizarras, né?! Com mulher, sempre tem o lance de perder não sei quantos quilos, hahaha
Mica: Emagrecer é a meta. Colocar X quilos tem que ser coerente com o possível, né!? Agora querer ficar com o corpinho de quando tinha 15 anos, quando nem ainda nem tinha dado, totalmente virgem e sem nada fora do lugar, em UM ano, é no mínimo absurdo.
Cláudia: Emagrecer é a meta de qualquer mulher, hahahah. A minha desse ano todo foi essa, mas pergunta se consegui perder alguma coisa? Não, por favor não me pergunte.
Kelly: Arranjar namorado, marido, isso a gente também vê muito. O que dizer? 'RISOS'...
Mica: Como se só dependesse de um lado, né!? rs Como se o outro não tivesse vontade! Parece promessa de mimado: eu quero e pronto! Tá filha, pode querer, mas só vai rolar se alguém quiser também, tá!? O máximo que dá pra prometer é “vou me abrir para uma nova paixão ou para um novo amor, deixar entrar algo assim para a minha vida”. Eu devia prometer isso, ando mais fechada que fortaleza de chefão em game.
Cláudia: Ah, Mica, nem isso está dando prometer. Eu já fiz essa promessa de me abrir para um novo amor e até agora nada. Pode isso, produção?
Kelly: Gente, quais serão as metas masculinas? Duvido que homem vire o ano pensando 'preciso perder essa barriga'. No mínimo deve ser 'este ano quero pegar mais mulher!' =P
Cláudia: Acho que homem pensa muito na parte profissional, em trocar de carro, essas coisas. Estou certa, leitores deste blog??
Mica: Olha acho muito possível que façam listas viu... Muitos seguem o estereótipo “homem é prático e objetivo”, então acho bem possível que tenham metas, objetivos e até estratégias de como consegui-las. Eu namorei um cara que tinha tudo milimetricamente planejado na vida, achava até uma prisão.
Cláudia: As pessoas devem entender que sempre é tempo para mudar, para se tornar melhor e ajudar ao próximo. Não precisamos esperar baixar o espírito natalino. Até porque pessoas carentes de afeto e de dinheiro existem o ano inteiro. Então se você quer mudar, comece agora... 1,2,3 e jáááááá!
Kelly: Eu também diria que: Pessoa, se você faz uma lista e em fevereiro nem sabe onde ela está, pare de perder o seu tempo, sério! Se você costuma fazer listas, e dentre as metas está algo muito absurdo, vá com calma. Se esforce, mas lembre-se que nem tudo sai como a gente quer. ;)
Mica: Isso tudo me fez pensar que a reflexão e a mudança é que nos mantém em movimento e nos dá mais chances de ficarmos satisfeitas com nós mesmas, com ou sem listas. Portanto meu conselho de fim de ano é: SEJA INCOERENTE. Se você nunca faz listas, experimente, nem que seja pra xingar depois. Se você sempre faz, tente se ver livre delas por um ano apenas. O importante, disso tudo, é a festa!