quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Prêmio Saia Suja da Semana

Há dias atrás, demonstramos toda nossa indignação com a violência e os maus tratos a animais, motivadas pelo caso Lobo. Este nível de crueldade já é suficientemente revoltante e medíocre. Mas o ser humano pode mais, sempre. Tanto que nesta semana a raiva, a sensação de injustiça, a indignação e, até mesmo, a vergonha que sentimos, vem premiar a saia suja dos agressores do motorista linchado na zona leste de São Paulo.

A história, para quem não viu, foi grotesca. O motorista passa mal ao volante e perde o controle batendo em carros e motos estacionados. Um grupo de jovens que estavam se divertindo num evento na rua, correm em direção ao ônibus gritando e apedrejando o mesmo. A cobradora que estava de folga, pensa rápido e consegue parar o ônibus, para evitar piores acidentes. Mas os descontrolados arrancam o corpo desfalecido do motorista pela janela do ônibus, socam, chutam, espancam, batem na cabeça dele com um extintor de incêndio. O motorista morre. Até hoje não se sabe se pelo mal súbito ou se pelo linchamento. A cobradora e testemunha disse que dava para socorrê-lo, ele foi arrancado do ônibus vivo. O cobrador, parceiro de trabalho naquela noite, declara que foi como uma cena de filme de terror. O filho não se conforma com o pai morrer trabalhando e com a cabeça sendo atingida por um extintor de incêndio.

E nós, pessoas comuns, que cuidamos da nossa vida e das nossas dores dia a dia, nos perguntamos como alguém pode ser tão desprezível e irracional desta forma? Não há nada que justifique tamanha covardia. Nada.