segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Previsões verdadeiras para 2014, pode acreditar

Um novo ano se aproxima e com ele a chuva de previsões. Astrologia, horóscopo chinês, videntes, búzios, bola de cristal, tarot, runas, i ching, folha de chá, leitura da íris. Todos querem te ajudar a descobrir como será 2014 antes que o bicho chegue. Se todo mundo pode, a gente também pode. Então colocamos todo o nosso super conhecimento astrológico em prática, misturamos com boas pitadas de veneno e dissemos tudo o que você sempre quis ouvir nas previsões, mas nunca encontrou. Boa sorte!


Áries: Se está esperando por um 2014 repleto de grandes acontecimentos, lamentamos informar que o seu ano será bem 'meia-boca', viu?! Aquela vaga de chefe que você tanto sonhou, não vai rolar. Pro teu chefinho/a sair dali em 2014, só por assassinato - mas não recomendamos. Por outro lado, no amor temos boas notícias: no mês de maio seus olhinhos irão brilhar! Se já tiver um boy magia, pode rolar até pedido de casamento. Mas se estiver solteira, controle sua impulsividade e não pegue o primeiro que aparecer na frente. Aguarde o mês de maio, queridinha, tô te falando...

Touro: Ainda bem que você é paciente porque esse ano vai ser nada legal com você. Num resumo rápido: trabalho ferrou e tem gente acima de você que não está nem aí pra você. Amor só se rolar em janeiro, fevereiro e setembro. Cuidado com isso ou o de setembro será pelo filho do amor de verão (faça as contas e vá comprar camisinha). E todo esse stress vai te deixar achando que o mundo te odeia. Mas como mimimi não é a sua, só precisa se cuidar pra não ter um colapso nervoso. De resto, tá de boa! Ah, xinga não que a culpa é de Saturno que está bravinho com o Sol. 

Gêmeos: Você estará emotivo e muito chorão. E não será à toa, afinal 2014 promete ser uma novela mexicana na tua vida. Não saberá mais em quem confiar, porque vai tomar uma rasteira no meio do ano. Pode ser tanto do seu colega de trabalho como da pessoa que você ama. Há duas saídas pra você: se conseguir controlar sua impulsividade e for racional, no final do ano é você quem vai rir da cara das inimigas. Mas se a barra for muito pesada e não conseguir segurar o drama, nada de se afundar no álcool ou em drogas, ok? Isso só funciona pra rico, pra pobre não. 

Câncer: Meu amigo, sua hora chegou! 2014 será o ano da mudança! Isso mesmo, dessa mudança aí que você está imaginando. É agora ou nunca. Tudo está a seu favor: abra seu negócio, compre uma casa, peça alguém em casamento, faça aquela viagem (no drugs), saia do armário, o que quiser! Vai dar tudo certo. Só não vai dar certo se você for uma pessoa apegada ao passado e não gostar de mudanças, quédizê…

Leão: Você é prepotente, mandão e ainda se acha 'o gostosão', né? "Bonitinho, mas ordinário" é o que deveria vir escrito na sua testa! Leonino, prepare o sorriso porque 2014 será show. Muitas mudanças e todas positivas. Como gosta de aventuras, irá topar todas! Mas como tudo na vida, isso lhe trará consequências: a sua empolgação pode broxar seu amante/namorado/ficante. Isso significa que não é porque tua vida tá um sucesso, que a dos outros estarão também, ok? Olhe ao redor e tenha paciência com aqueles que estarão pastando, enquanto você estará brilhando.

Virgem: 2014 será um ano de cuidado com a saúde e muito trabalho. Assim como foi 2013, 2012, 2011, 2010, sequencialmente, até o ano em que você nasceu. Você vai ficar bem de saúde o ano inteiro, mas não vai acreditar e vai continuar procurando o médico e tomando mil remédios milagrosos. Evite sites médicos e reportagens sobre novas doenças, ou as terá. No trabalho você se dedicará muito e terá alguma recompensa, que não será suficiente porque ainda não será a perfeição pela qual tanto luta. Um dia você chega lá, ou acha… Amor? Oi? Ah, pode ser que role. Se conhecer no caminho entre trabalho e a próxima consulta médica, e for o par perfeito, porque não né!? Aproveite! 


Libra: De janeiro à agosto, sua vida não sofrerá de tédio. O que você tanto plantou de bom em 2013, finalmente será colhido em 2014. Mas não vai parar por aí, porque você vai querer ainda mais e continuará trabalhando duro, no pique! Ok, mas vai com calma. Se deslumbrar com sua fase "venci na vida", pode fazer com que perca os amigos por ter se tornado um nojentinho-metido-à-besta. Já no amor, chegará aquele grande momento que você olha pra pessoa, coloca a mão no queixo e pensa 'Será que te quero mesmo?'. Aí é com você...

Escorpião: Economize sua energia porque vai rolar apagão em 2014. Vai faltar energia, tempo, vida social e amor. Mas vai ser um ano mara porque você vai trabalhar como louco e vai ganhar dimdim. Você deve estar pensando “imagina, nunca me falta energia!” A gente sabe fera, ainda mais na cama né!? Mas este ano é melhor se cuidar ou vai só levar fama… Isso pode abrir espaço pra você descobrir outras coisas na vida. Sabia que existem relacionamentos? E que podem dar certo? Juro! 

Sagitário: Um ano de tretas. Vai brigar com todo mundo e a culpa é sua, que fala mais que a boca! Muito provavelmente tudo será um grande mau entendido, mas ninguém é obrigado a te aturar, certo? Alguns amigos irão embora por conta disso, mas outros novos podem surgir. No amor, não está muito claro: tanto pode ser que conheça alguém muito legal (no meio dessa loucura toda de sair brigando por aí), como também pode perder a pessoa com quem está junto. No trabalho nada muda. Problema seu.

Capricórnio: Enfim você vai deixar esse pessimismo que te persegue de lado e ter alguma confiança na vida e no futuro. E isso é tudo o que os astros guardam para você. Só que pra você é algo tão louco como mudar de signo, ou de nome, ou de rosto. Então, podemos dizer que 2014 é o ano da sua vida! Abraça!

Aquário: Tá cansado de tanto se esforçar e não ver retorno, né? Dá sempre o seu melhor, faz de tudo pra evoluir na vida e não sai do lugar onde está… oh vida difícil! Se quiser passar o ano de 2014 dormindo, meu amigo, não vai perder nada, porque tudo continuará nesse marasmo. Dá até dó. A coisa vai chegar num ponto, que no 2º semestre você provavelmente vai querer sair batendo em todo mundo pra cobrar o que tanto ofereceu, e vai ficar até de mal com a vida. Mas calma, aquariano… quem sabe o seu grande ano não é em 2015, hã? Pra quem já esperou a vida inteira, um ano a mais outro a menos, tá de boa.

Peixes: 2014 te fará zen. Ou louco. Depende do que vai fazer com essa introspecção toda. Pode se preparar que vai estar tão ligado ao lado interior, tão sensitivo, que vai se pegar cantando música gospel, comprando romances espíritas e marcando um jogo de búzios com a mãe de santo do bairro. Casamentos religiosos se tornarão sua melhor balada do ano, vai querer ir até no da prima chata que mora do outro lado do país. Mas essa coisa de busca espiritual pode te levar pro mundo das drogas. Talvez você queira só experimentar o Daime, mas corre o risco de achar que releitura dos anos 70 não é descrição de moda e se jogar pelado na lama louco de LSD… De qualquer forma, cuidado! Nada disso (de fanatismo religioso à drogas, tô dentro) é saudável e quando a ficha cair vai rolar uma ressaca moral absurda.


***

O MSMJ deseja um feliz 2014 para todos os que nos acompanharam até aqui e para os que não nos acompanharam, também, haha! 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

MSMJ FM: CHVRCHES

Posso dizer que 2013 foi um daqueles anos em que mais conheci bandas novas - o que me faz abrir um sorriso enorme, porque música é uma das minhas maiores paixões. E de todas estas que conheci, teve uma que ganhou meu coração em cheio: CHVRCHES!

CHVRCHES (pronuncia-se "churches") é formada por um trio escocês, vindos da 'ó terra abençoada' Glasgow, e fazem o que pode se chamar de Pop Eletrônico/Synthpop. A banda é recente: surgiu em 2011, mas só agora em setembro de 2013 foi lançado seu [maravilhoso e impecável] primeiro cd "The Bones of What You Believe" - o qual meu last.fm denuncia que foi o álbum que eu mais ouvi neste ano, sendo mais de 2.600 plays das músicas - isso em apenas 2 meses e meio!!! (comecei a ouvir em outubro.)



CHVRCHES, pra mim, tem uma vibe e um 'quê' de anos 80, só que de forma atualizada e moderna. (Não sei muito bem explicar como isso funciona, mas é assim que consigo descrevê-los.) É daquele tipo de música dançante, que te dá vontade de sair de balada mesmo que sejam 8h da manhã! Pontos extras para a voz doce e linda da vocalista Lauren Mayberry - que é tão linda quanto.


Se eu pudesse, postaria TODAS as músicas do cd aqui, mas daí o post fica enorme e blablablabla, não rola. Então, tive que fazer o ~sacrifício~ de escolher algumas. Espero que estas por si só convençam vocês da belezinha que a banda é.


#Night Sky



#Recover




#By the Throat




#Lies


> Quem quiser encontrar mais vídeos da banda, no Vimeo aparece uma lista mais organizada no campo de busca. Para facilitar, clique aqui.



terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Pra esse eu tiro a saia: Jesse Pinkman, Peter Russo, Derek Shepherd

O ano de 2013 foi sem dúvida marcado por grandes séries. Nomes como 'Game of Thrones', 'The Walking Dead', 'Homeland', 'The Vampire Diaries', 'Sons of Anarchy', entre outros, não soam estranhos - até mesmo para quem não acompanhou.

E de série em série, gato em gato! Por mais interessante que a história fosse, era difícil não se perder de vez em quando na beleza dos atores... 

Assim sendo, escolhi os 3 que ganharam toda a minha atenção e coração:


Jesse Pinkman - Breaking Bad

Em meio às tensões de 'Breaking Bad', surgia o tranqueira mais querido de todos os tempos: Jesse Pinkman. Interpretado por Aaron Paul, foi difícil não achar o cara gato e se apaixonar. Se está em dúvida, te digo que entre minhas amigas foi consenso, BITCH!


E de presente, 
gifs dos melhores momentos dele na série. (sim, contém spoilers.)


Peter Russo - House of Cards

Ah Minha Nossa Senhora dos Pecados Mais Sujos, quem não quis experimentar aquela ~pegada~ do Peter Russo??? Eu quis. E várias vezes. (...)


Não fui atrás de gifs do Peter, porque sinceramente preferia ter achado um vídeo dele no xvideos, cof cof...


Dr. Derek Shepherd - Grey's Anatomy 


O clássico dos clássicos! O eterno lindo, charmoso, fetiche Derek Shepherd. Há quem consiga resistir? Até minha mãe se derrete horrores... Não tem pra ninguém: com ele eu brincava de médico, de casinha, pega-pega [cof] e tudo.


Patrick Dempsey é o mais mais na vida e nas nossas conversas de bar cazamiga. 

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Com tanto homem maravilindo nestas séries, quais outros vocês citariam aqui? Quais são dignos de entrarem pra lista? Deixo esta tarefa pra vocês! Joguem nos comentários! Haha.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mini-roteiro para curtir Maceió em 7 dias longe da CVC


As férias deste ano foram em Maceió-AL e como respondi a um amigo que me questionou a escolha "sei lá, minhas viagens que me escolhem". É verdade, não tenho planejado para onde irei porque quero conhecer todos os lugares. Então, quando chega a data e a grana na conta, eu vou atrás do que cabe no bolso.


Desta vez, com o plus de poder tirar as passagens por milhas, decidi levar a mãe-mais-linda-do-mundo junto. Isso muda o esquema. Minha mama é super versátil, topa tudo, mas não dá pra ficar em hostel e fazer tudo no esquema mochileira. Foi um negócio mais organizado.
Nos hospedamos na Ponta Verde, uma das praias urbanas da cidade. Fica entre a famosa praia de Pajuçara (que na verdade é um bairro e a praia famosa chama 7 coqueiros) e a Jatiúca. Lindíssimas e excelentes para tirar foto. Só. Não são praias de banho. As praias da cidade estão todas poluídas e não servem pra banho, uma tristeza. Olhar aquele mar super verdinho, lindo e não poder entrar é torturante, mas ao sentir o cheiro de esgoto a gente se conforma. Mesmo assim vale a pena ficar numa destas praias porque a mobilidade fica privilegiada. Têm tudo perto, principalmente restaurantes e bares. E pra curtir praia vai ter que sair de Maceió mesmo. Exato, todas as praias que te falarem pra conhecer não ficam em Maceió, são municípios vizinhos, os alagoanos mesmo dizem que é tudo tão pequeno que você nem percebe que já é outra cidade, mas é. A vantagem de ficar na Ponta Verde é que você está no meio do caminho para qualquer um dos dois centros de atenção - Pajuçara ao sul com as piscinas naturais, a feira de artesanato e  os restaurantes; Jatiúca ao norte com os restaurantes, os bares e a vida noturna. 
Depois de Jatiúca, continuando ao norte, vem Cruz das Almas que tem ótimas opções de pousadas bem baratinhas. A praia é de surf e esse é o atrativo, pra todo o resto tem que sair de lá.
Depois de Pajuçara, continuando ao sul, vem Jaraguá, a praia do porto e a área mais antiga de Maceió. Foi a primeira praia a ser o atrativo da cidade, onde surgiram os primeiros e luxuosos hotéis. Hoje, só há ruínas. A praia continua linda, mas suja e vazia. 
Para ir para as praias você tem opções: agências locais, táxi, transporte coletivo ou alugar um carro. Aí depende do gosto e da grana. Eu prefiro alugar um carro, meu bolso prefere transporte coletivo, mas entramos todos em acordo com as agências locais. Todos têm vantagens e desvantagens.
Táxi pode ser uma boa se você achar um motorista que faça um bom preço e estiver em mais de uma pessoa. Mas como o combustível é muito caro por lá (R$ 2,55 etanol e R$ 2,97 gasolina), é difícil a negociação.


Os ônibus locais são tranquilos. Há várias empresas, não vimos nenhum caindo aos pedaços. Aí é pesquisar horários e itinerários. Um receio de ônibus em outras cidades é sempre se é perigoso. Em Maceió achei super tranquilo. Muito mais do que em Ilhéus, São Paulo e Rio. Fomos de ônibus para o Pontal da Barra, vila de pescadores e rendeiras. Um passeio incrível que vale muito a pena. Chegue lá pelas 10h, morra de andar nas lojas das rendeiras e delicie-se com os trabalhos e o papo bom delas. Super recomento a Art Rênia, que tem trabalhos bem originais. Depois, escolha um dos restaurantes a beira da lagoa para almoçar e passar o resto da tarde olhando a água, bebendo uma cerveja e tendo crises existenciais horríveis como "ah que lugar lindo, que vida difícil"!


As agências têm de preços médios à absurdos, quem esquematiza os dias e horários são eles, você vai em grupos (se der azar, com gente chata, ou não) e tem os guias que às vezes são legais, às vezes são chatos. Nos indicaram várias e os preços nos assustaram. Arriscamos uma que estava panfletando na praia a noite (muitas fazem isso) e valeu muito a pena, acabamos fazendo todos os passeios com ela. A agência é a Alagoas Ruy Ecotur e falamos com a Tai que foi super atenciosa e nos conseguiu até passeios que a agência não estava fazendo. Os preços deles são mais em conta e os passeios são os mesmos. Demos sorte também de pegar o guia Fernando Moreira. Ele mostrava lugares além do que estava pré-combinado, dependendo do grupo. Foi assim que em um dos dias me vi no meio do gramado do Estádio Rei Pelé. Ele também nos orientou a pesquisar sobre os direitos do turista antes de viajar.


Agora, melhor que tudo isso é poder pegar o carro e ir em todas as praias, com os seus horários e o seu ritmo. O ruim é que esquece as caipirinhas na praia que alguém vai ter que dirigir...
Já sabe como se virar em Maceió? Como chegar nas praias, onde ficar, onde comer? Então anote:
  • Praia do Francês: saí daqui muito descrente desta praia porque diziam "já foi boa, agora é muito popular, coisa de turistada", mas me surpreendi. É lindíssima e muito gostosa pra curtir. Realmente fica cheia, mas dá pra ficar tranquilamente na parte da manhã. A tarde os alagoanos dizem que lota e vira uma sujeira;
  • Barra de São Miguel: infelizmente não curti muito porque fiz a travessia que sai dela para a praia do Gunga. Recomendo muito este passeio. A jangada (que não é jangada, parece uma lancha) vai até os recifes para fotos e ver peixinhos e tal, depois para num bar flutuante (barquinho vendendo bebidas na água) e fica ali para banho, terminando na praia do Gunga; 

  • Praia do Gunga: excelente! Tem que ir, ficar um dia inteiro, fazer o passeio de buggy até as falésias e tomar banho de mar de verdade;

  • Guaxumã: uma praia do litoral norte que ninguém vai (por isso já adorei). Só passamos por ela, um dos brindes do guia. O visual é demais. Tem pouca estrutura, é mais pra quem gosta de curtir praia mesmo. Vale a pena dar ao menos uma passadinha;
  • Sereia: Também legal para visitar, legal saber a história da vila, ficar um pouco na praia, tirar umas fotos, mas não dá pra um dia inteiro;
  • Tabuba: essa foi a minha descoberta em Maceió, daquelas que gostei tanto que nem quero indicar pro povo não ir lá estragar... Tabuba é a praia mais linda de todas que vi. Tem poucas barracas (umas três), bem espassadas e com poucas mesas espalhadas na areia. Fiquei nas dependências da Pousada Tabuba que é uma graça e vale a pena ficar se for pra se esconder do mundo, principalmente a dois;

  • Dunas de Marapé: o lugar é lindo, mas o esquema é bem turista - cheio, música (que nem sempre me agrada), você fica preso ao complexo e ao restaurante do lugar. Não gostei do almoço, preço de todos os outros restaurantes da cidade e qualidade inferior. Mas vale conferir a beleza, dê uma passada. 

As praias de Alagoas, ao menos as que vi, têm os recifes de corais que fazem uma barreira para as ondas, dividindo o mar. Antes dos corais fica calmo e raso, excelente para crianças e quem não curte ondas. Depois dos corais não dá pra banho. Quando a maré está baixa este é o cenário e ainda é possível, em algumas praias (como Pajuçara e Maragogi) ver piscinas entre os corais e os cardumes de peixinhos que nadam a sua volta. Quando a maré está alta tudo isso some e parece uma praia normal, nem se diz que tem coral por ali. Então, é muito comum ver os dois visuais num único dia, dependendo da maré. Aliás, prestar atenção na maré é importante para visitar Maceió. Não sabia disso e acabei indo numa época ruim, de maré muito alta, que não dá pra ver as piscinas naturais. Apesar que eu curto mesmo é mar com onda, então... 

domingo, 28 de julho de 2013

Tire o seu recalque do caminho que eu quero passar com a minha opinião

Faz alguns meses que uma palavra se tornou muito popular na internet: recalque. Você encontra com muita facilidade no twitter e em máximas no facebook. Houve uma época em que era permitido não gostar das coisas. Hoje em dia, isso ganhou outro nome...

Ilustração por Patrick Braga
Kelly: Confesso que peguei raiva da palavra. Primeiro, porque usam ela o tempo todo e desnecessariamente; segundo, por causa dessa mania de perseguição das pessoas - não consigo encontrar outra justificativa, que acham que são invejadas o tempo todo. Tudo é essa droga de recalque. 

Mica: Falando especificamente da palavra como gíria, recalque eu conheci com as amigas-bixas. E era muito engraçado o jeito diva de usar a palavra pra se defender de tudo! Mas pra variar, quando cai no gosto dos internautas brasileiros, a coisa satura e perde a graça. É o mesmo do que ver aquela sua música preferida virando tema de novela. A definição certa para o que ocorre é “a coisa bregueia”. Agora, em relação a esta atitude de considerar tudo recalque, dá preguiça viu... Porque se eu não gosto das mesmas coisas que você, eu sou invejosa? Que lógica tosca é essa?

Kelly: Taí algo que me deixa de saco cheio. E as pessoas estão tão fascinadas, que aposto que alguma delas ao ler, rapidamente irá pensar 'olha lá uma recalcada se defendendo, risos'. Gente, isso é loucura. Se tem uma coisa ou criatura, que 95% da população aprova e você não, pronto, recebe o selo de recalcada/invejosa. Qual o sentido disso? Desde quando eu não tenho mais o direito de não gostar?

Mica: Acho que precisamos de exemplos práticos para ficar claro. Mulher rã é o novo padrão de beleza das academias. É aquela mulher com pernas super bombadas (lembrando as da rã) e que parecem de jogadoras de futebol. Eu, acho feio. Não gosto, acho feio. Mas eu sou gorda né!? Logo, gorda recalcada porque não tenho aquele corpo. Nãaaaaaooooo! Eu acho lindos vários tipos de corpos: magra, alta, gorda, baixa. Meio cheinha então... aquela “excesso de gostosura”? Acho fantástico. E aquelas mulheres esguias na linha passarela? Acho lindas! Mas mulher bombada eu acho feio. E daí!? 

Kelly: Tipo quando todo mundo começa a babar por uma determinada artista e você não vê nada demais. Pronto, ganhou o carimbo de recalque! (Ou isso nunca te aconteceu?!). Agora, por que não ter a mesma opinião ou gosto, me torna invejosa? Exemplo: Anitta, a funkeira. Muita gente a acha 'talentosa, bonita e com corpo escultural'. Eu não acho. E? Desde quando isso significa que estou remoendo o sucesso dela? Gente, não!!! Simplesmente não acho nada demais e só. Simples e fácil.

Não, não é a Beyoncé em Run The World (Girls), é a Anitta mesmo.
Mica: E isso afasta as pessoas. Lembrei até de uma situação em que, se fossemos dessas, teria acabado a amizade. Adele. Eu amo Adele e você detesta! Alguma vez te chamei de “recalcada que está com inveja porque a Adele é linda, famosa e rica”? 

Kelly: Nunca! Outro exemplo de aprovação feminina: Caio Castro. Todo mundo paga pau e eu não (não tô falando que é feio, só não tenho essa admiração toda). Daí, até pra falar isso você tem que ter coragem, porque já dizem 'Ah, mas aposto que você adoraria ser a garota que ele tá pegando e mimimimi'. Socorro! Não posso não gostar de mais nada!

Mica: Olha, eu não morro pelo cara, mas se ele chegasse aqui em casa agora e falasse “e aí micaela, rola?” ia rolar, claro. A impressão que dá é que a internet é uma enorme turma de adolescentes (independentemente da idade real). Porque é na adolescência que temos essa necessidade toda de pensar igual, se vestir igual, andar igual, falar igual, encontrar os iguais e sair em bando para os mesmos lugares que todos os outros bandos de adolescente vão. E isso é assim porque ainda não sabemos quem somos. Não temos segurança sozinhos. Acho que a internet está na adolescência. As pessoas têm medo de não se encaixarem e se tornam todas iguais, só aceitando os iguais. 

Kelly: E falando de pessoas da vida real, é mais complicado ainda. Tipo, alguém compra um vestido e você acha horroroso. Fulana faz não sei o que com o cabelo, pede sua opinião, você fala que não curtiu. Ciclana sai com não sei lá quem, morrendo de amores, pede palpite e você diz (com toda delicadeza) que não acha o cara nada demais. Já pensaram o quanto isso é complicado? O quanto é mais fácil alguém falar 'É INVEJA!' do que assumir que tem um péssimo gosto?
E também penso o seguinte: Ou as pessoas "se acham MUITO" para se sentirem tão invejadas assim, ou, "acreditar que todos são invejosos", nada mais reflete o interior de uma própria pessoa invejosa. Porque afinal, se ela não consegue lidar com as diferenças, sem sentir inveja, deve imaginar 'por que os outros conseguiriam', né? Daí, acha que todo mundo reage igual. Tenho medo de gente assim.

Mica: Quando alguém me pede opinião, eu procuro deixar meu gosto de lado e olhar para pessoa e para o gosto dela. Tento perceber se é algo que tem a ver com ela ou não. Mas não minto. Talvez cometa até uma indelicadeza ou uma deselegância, mas não por inveja. Considerar todo mundo invejoso por não gostar do mesmo que você pode apenas ser uma fraqueza sua. Lembrei de uma dessas, com quem trampei uma época aí. A frase preferida era “tem inveja de mim, por que eu sou isso, isso, isso e aquilo”. NINGUÉM ali queria pra si a vida dela, aliás as pessoas queriam distância daquele estilo. Então, era defesa. Acho que no fundo, nem ela queria o que tinha. 

Kelly: (Pra galera não me interpretar mal: os 3 exemplos que dei no meu comentário anterior, entendam que não chego em quem não pediu minha opinião pra dar pitaco. Não faço isso. Mas se alguém pedir, eu vou falar... com jeitinho, mas vou dizer o que acho.)

Enfim, isso tudo me lembra uma comunidade do orkut que eu gostava bastante. O nome era "Inveja é um argumento burro". E a descrição, não poderia elucidar melhor:
"- Acho que esta manga está passada."
"- Você está morrendo de inveja da manga. Morrendooooooo!!!"


terça-feira, 11 de junho de 2013

10 namorados perfeitos do cinema

Quem nunca assistiu um filme e se apaixonou pelo personagem?
Quem já ficou sonhando em como seria legal namorar o tal cara na vida real?

Para o dia dos namorados deste ano, criamos uma listinha de casais que o cinema nos trouxe de melhor. Se você está ou não namorando, não importa, sonhar é mais do que permitido!

* Aviso: Há spoilers neste post. 


- Christian, do filme 'Moulin Rouge'



Só a imagem acima, com a legenda que diz "obrigado por me curar de minha ridícula obsessão pelo amor" já resumiria a ideia de usar o lindo do Christian como exemplo de namorado perfeito, mas vamos falar mais sobre esse lindo e contagiante filme. Christian, recém-chegado em Paris, conhece o Moulin Rouge e sua estrela linda e hipnótica, Satine, vivida por Nicole Kidman. O que faz dele tão perfeito? Simples: o fato de enfrentar interesses alheios aos dois e criar um musical todo inspirado na sua musa! Vai dizer que você não iria gostar disso?


- Carl, do filme 'Up – Altas Aventuras'


Tá, eu sei que se trata de um personagem irreal, principalmente por não ser nem uma pessoa com carne, osso e alma que o interpreta. Mas quem não gostaria de um "eterno namorado", que se apaixona ainda criança até que a morte os separe e que, mesmo depois de velhinho e ranzinza com tudo e todos, se dispusesse a carregar A CASA pro lugar dos sonhos da amada?


- Idgie, do filme 'Tomates Verdes Fritos'


Aqui não tem namorado perfeito, mas namoradas também comemoram o Dia dos Namorados, né?! Pois bem, a relação de Idgie com Ruth não é explicitamente tratada nesse belíssimo filme, um clássico das tardes globais também, mas em meio aos tomates fritos e a desconfiança de toda uma vila, o carinho e a proteção, principalmente de Idgie com Ruth faz das duas um bonito par de namoradas do cinema.


- Garrett, do filme 'Amor à Distância'


Interpretado por Justin Long, Garrett é o namorado da Drew Barrymore, onde ambos vivem um relacionamento à distância. Além de lindo e charmoso, é divertido, parceiro e com bom gosto musical. Todas estas qualidades já costumam ganhar a simpatia de qualquer mulher, porém, o que faz ele estar aqui nesta lista é o fato do cara lutar pelo namoro até o fim! Age com maturidade, respeitando os sonhos e a vida da namorada, dá um up na sua própria vida e ainda assim, consegue com que fiquem juntos.
PS.: Quem já viveu um namoro à distância, sabe das inúmeras dificuldades... Como não sonhar com um cara desses?!?


- Edward, do filme 'Edward Mãos de Tesoura'


Aqui, a problemática está nas mãos – literalmente – de Edward. Nem preciso fazer uma sinopse do filme, afinal, a Sessão da Tarde, por anos, nos permitiu saber o começo, o meio e o fim da obra de Tim Burton. O fato de associar o moço (vivido pelo – suspiro profundo – muso Johnny Depp) que teve as mãos substituídas por tesouras afiadas e mantido em segredo do mundo é que ele tenta superar suas próprias diferenças, atitude incomum nos seres humanos ‘normais’, que sempre reparam nos outros antes de si mesmos, para que consiga conquistar sua paixão.


- Jack, do filme 'O segredo de Brokeback Mountain'


O namorado que toda mulher gostaria de ter, pois é lindo, carinhoso e gentil, mas que numa aproximação com o até então amigo Ennie Del Mar (vivido pelo lindo e saudoso Heath Ledger), se mostra um namorado perfeito para um homem, por ser lindo, carinhoso, gentil e... caçador! Pra quem não viu, já adianto: filme triste, mas com atuações tão viscerais e marcantes que me fizeram incluí-lo nesse especial.


- Ferris Bueller, do filme 'Curtindo a Vida Adoidado'


Se você passou dos 20 anos, certamente sabe que o Ferris era o cara mais COOL do mundo!!! Clássico dos anos 80, todos se recordam do garoto que matou um dia de aula para viver a vida. Mas ele não ficou trancado no quarto assistindo 'vale a pena ver de novo' ou jogando video game. Ele foi viver de verdade! 'Diversão com êxito' é o seu nome: aprontou de tudo e ainda se saiu bem em todas. Na trama, ele namora a Sloane e carrega junto seu amigo Cameron. É o namorado perfeito porque é o namorado bróder. Se todo mundo queria ser amigo do Ferris no filme, imagine ser a amiga e mulher a quem ele chama de 'minha', hã? hahaha


- Lars , do filme 'A Garota Ideal'


Já vimos Ryan Gosling ser o "garoto ideal" em "Diário de uma Paixão" (já bem popular nas listinhas de filme pro Dia dos Namorados), mas nesse filme ele vai além... seu personagem é extremamente introvertido e tem uma vida um tanto enfadonha, até conhecer uma namorada pela Internet. O problema é que ela não seria uma garota ‘de verdade’, pois seu irmão, a esposa do irmão e A CIDADE TODA a vêem como uma réplica humana, feita de silicone! Lars, no entanto, nem se abala e continua amando a moça do jeito que ela é, sem medo de ser feliz à sua maneira. Olha que prova de amor!


- Wall – E, do filme 'Wall – E'


Com a ideia de falar de casais fora do eixo comum, nada melhor do que um robô old school se apaixonar por uma robô moderninha! E melhor, salvar o mundo por ela! Junto com uma – até então, impossível – simpática baratinha, o robô galã parte rumo a uma aventura para salvar a última planta da Terra, e claro, fazer com que Eva se salve também. Muito amor na era da tecnologia de automação, né?!

- Eric, do filme Julie & Julia


Ele não é o cara mais lindo do mundo. Ele nem aparece muito no filme. Mas merece ser lembrado e muito. Eric é o namorado de Julie, uma jornalista na crise dos 30 que sonha em ser escritora. Para realizar seu sonho decide escrever um blog em que conta suas aventuras cozinhando uma receita por dia do livro de Juila Child. Durante todos os 300 e poucos dias está lá, do seu lado, Eric. Ela transforma a vida deles numa loucura, gasta o que não têm para comprar os ingredientes, tem crises de choro e existenciais e ele continua lá, do lado dela. Quer exemplo melhor de apoio? Nada de cara que foge correndo na primeira vez que vê a namorada chorando perdida, sem saber o que quer da vida. Eric é o cara que diz, estou com você, vamos lá. É amor!


Esses são exemplos de casais que merecem uma atenção por serem simplesmente lindos, mesmo com algo de 'diferente' neles. Qual seria o seu 'namoradinho perfeito do cinema'? Mandem sugestões de filmes com casais interessantes! Gostamos de filmes violentos, de máfia, de pancada, mas de vez em quando é bom ver filmes onde existam os famosos beijos de Fim.



* Este post contou com 70% de colaboração da amiga Danieli Corrêa. Nosso muito obrigada!! =*

terça-feira, 2 de abril de 2013

Namoros longos

Na teoria, um relacionamento deve durar enquanto estiver fazendo bem para as duas pessoas envolvidas. Porém, sabemos que nem sempre assim... é fácil encontrar namoros longos e, infelizmente, vazios. Relacionamentos de 5, 10 anos que só sobrevivem por comodidade.


Mica: Ficar tanto tempo junto deve ser garantia de que muita água vai rolar, brigas, mágoas e tal. Então, acho que mantemos relações assim porque nos acostumamos a elas. Como algo que entra na sua vida e faz parte dela, até dá vontade de mudar às vezes, mas os dias simplesmente vão passando. Tipo um emprego.

Kelly: Eu já tive dois namoros longos. E duraram em média 4 anos cada um. Anos felizes? Não, em nenhum dos dois. Só posso resumir em uma palavra: cagada. No primeiro, eu queria ter saído fora muito antes, mas confesso não ter tido peito o suficiente. No segundo namoro, falei que não ia repetir o erro do primeiro, mas a gente fica naquelas "vai que melhora, vai que dá certo, vai que terminar será um erro enorme na vida, vai que..."

Mica: É, isso tudo é a velha insegurança. Porque pra terminar é preciso coragem: enfrentar a pessoa, as consequências, ficar solteira de novo, cair no mercado de novo, achar amigas solteiras pra voltar a sair, não poder contar com a pessoa para coisas que já se estava acostumada a contar... Insegurança por ter que fazer uma escolha e se arrepender depois. Mas não acho que é a Kelly que sente isso, acho que somos todos nós (inclusive os homens que adoram dizer que a mulherada adora a segurança do relacionamento). Não é fácil simplesmente olhar pra coisa, enxergar friamente que não rola mais e dizer: chega. Eu acho que não é.

Kelly: Falando por mim, nunca foi... Acho que sim, perdi 4 anos em um e quase 4 no outro. Mas me assusto muito mais quando vejo gente em um relacionamento de 10 anos (ou quase isso ou mais) e confessa a infelicidade, a frustração, mas que fica junto porque "ah, é muito tempo para deixar pra lá"... Daí, às vezes se casam ou moram junto (dá na mesma) e eu me pergunto: Pra quê isso? Não, não estou nem um pouco interessada em cuidar da vida alheia. O caso aqui é uma preocupação sincera com gente que eu gosto. Gente que eu gostaria de pegar nos ombros, chacoalhar e dizer 'PARA!'.

Mica: Eu acho que uma das grandes coisas dessa vida é mesmo o que se pode viver com o outro, mas quem foi que disse que tem que ser pra sempre ou qualquer coisa assim? O medo, o comodismo, as dúvidas, podem nos travar e impedir de viver coisas melhores. “Já investi 10 anos, não vou deixar pra lá”. Ok, e os novos investimentos que pode estar perdendo por insistir em algo que já acabou? Se seu alerta soou, escute. A gente sabe o que realmente acontece, mas muda a visão só pra poder viver do mesmo jeito, sem ter que enfrentar a realidade.

Kelly: Ah, e tem algo que não quero deixar passar: os comportamentos distintos entre homens e mulheres. Não é regra, mas nestas situações de comodismo, o que um cara faz: Trai. (Repito: não é regra e não estou julgando também). Vejo muito cara com dó da mulher, que acha desleal namorar tanto tempo e não casar... Mas daí, sabe como é... se interessa por outras e vai ficando com uma ali, outra aqui. Repito: Pra quê isso, gente? Tô dizendo que mulher não trai? Não. Mas em amigas vejo outro comportamento: a mulher se apaga. Se conforma com o seu "destino infeliz" e vai levando... daí, tem umas que acha que engravidar vai dar graça e sentido à vida, mas enfim, daí já é outra história...

Mica: Usando um clichê - “a vida é muito curta”. E é verdade. Não vai dar tempo de fazer tudo, então ficar perdendo tempo em relação infeliz é masoquismo. Isso me faz pensar, que como em muitas outras coisas, o problema está lá dentro, guardadinho. Porque alguém que realmente se gosta não permite algo que o faz mal, fazer parte da sua vida. E não estou falando só de relações violentas ou coisas assim. Estou falando do medo de ficar sozinho. Porque é tão difícil ficar sozinho? Não deveria ser o contrário? Quando estou só, comigo, estou totalmente segura: eu não vou me fazer mal, eu não vou me trair, eu não vou deixar de investir em mim. O outro é pra ser um a mais na nossa vida, não A nossa vida. Aí o namoro acaba e você deixa de existir até que namore novamente? Não. Então tem que dar um jeito de ser feliz sozinho. Se independente de ter ou não namorado, namorada, você consegue ficar em paz sozinho na sua casa, fazendo coisas que gosta, sem pensar em ninguém, por um dia inteiro, você está no caminho certo. Agora, se depois de duas horas você já está desesperado ligando pra alguém pra fazer alguma coisa, procurando amigos na net, fuçando no perfil de paqueras... pare e pense, não devia ser tão difícil assim ficar com si mesmo.

Kelly: Hoje em dia, mais velha e talvez mais madura, me policio para não errar pela terceira vez. E como faço? Bom, uma vez ouvi algo que não deve ser surpresa pra ninguém: Os primeiros meses te ajudam a ter uma BOA noção de como será o namoro. Se nos 3 primeiros meses, você percebe costumes que te incomodam, ou características que o outro faz questão de manter: Caia fora! Investir em um namoro que você percebe que não tem a ver contigo não tem sentido. E às vezes a gente vai ficando porque o sexo com aquele cara é foda e existe um tesão e química absurdos! Erro detected. Sabe por quê? Se o seu objetivo na vida quanto a relacionamento for apenas satisfação sexual, tudo certo. Mas se desejar mais do que isso da outra pessoa, acho meio óbvio que uma hora você vai broxar, enjoar, cansar.

Mica: Essa dica é muito boa! Eu lembro de namoros em que com um mês meu alerta soou e pensei “esse cara pode acabar fazendo tal coisa” e sim, o namoro acabou como pensei. Podia ter evitado uma história ruim... Acho que temos que dar ouvidos a esses alertas sempre, em qualquer momento da relação.

Kelly: Outro ponto: e quando o namoro começa perfeito e se desgasta lá na frente? Daí os dois ficam sem saber o porquê ou o que fazer. Ué, todo mundo muda. O que era prioridade pra um, passa a não ser mais. Ou qualidades que cada um tinha, somem. Às vezes, as mudanças em ambos dão tão certo que o casal acaba se apaixonando várias vezes um pelo outro. Mas caso isso não role, caso sinta o alerta que a Mica citou, pare e repense: Será que se eu conhecesse esta pessoa AGORA, eu me apaixonaria por ela? (...)

Então amiga e amigo, aprenda a dar pé na bunda e pratique. Sua felicidade pode depender disso!



terça-feira, 26 de março de 2013

OST - The Tarantino Collection

Este mês decidimos juntar duas paixões para fazer nossas indicações por aqui: cinema e música. Aposto que não sou a única apaixonada por trilhas sonoras neste mundo. Um dos motivos principais: conhecer novas bandas e artistas. Por isso gosto quando além das músicas especialmente compostas para a trilha, os diretores incluem outras, nos fazendo ouvir músicas que gostamos ou nos apresentando novos artistas.

Nesta linha, meu preferido é Tarantino. Sou apaixonada pelo cinema que ele faz e pela sua escolha de trilhas. Já tive vontade de indicar seus filmes aqui, mas confesso que sua fama está tão alta que achei besteira: tenho a sensação de que TODO mundo conhece e gosta de Tarantino. Assim, a opção de indicar a trilha sonora junto foi perfeita, porque posso indicar tudo do cara.

Cronologicamente, trago pra vocês o filme e uma música adorada da trilha:

Reservoir Dogs (1992) - No Brasil "Cães de aluguel" é até hoje considerado o melhor filme independente já feito. Tarantino já mostrava sua tendência de fazer referências a filmes antigos e na época até se levantou uma ideia de plágio, mas nenhum cineasta ou autor processou. Parece que todo mundo entendeu qual era a proposta do cara e isso virou sua marca. Há cenas quase iguais e Tarantino entrega qual foi o filme inspiração. O filme mostra o antes e o depois de um roubo de diamantes realizado por cinco caras que não se conhecem e se tratam por codinomes de cores. Isso já dá o ar sarcástico que a narrativa traz. Outros elementos sempre presente na obra de Tarantino também aparecem, como violência e narrativa não linear. Ah, e a leve participação do diretor também!


O segundo filme dispensa muitos comentários, Pulp Fiction (1994) fez o diretor cair na graça de todo mundo que gosta um pouquinho mais de cinema e se arrisca a assistir um ou outro filme B. Cenas inesquecíveis como o discurso do personagem de Samuel L. Jackson (que até enjoou de tanto que o povo repetia) e John Travalta com Uma Thrumam dançando daquele jeitinho que todo mundo passou a dançar nos anos 90. Esta é com certeza a trilha mais conhecida de Tarantino.


Adaptado do romance Pum Punch de Elmore Leonard, Jackie Brown (1997) é um dos meus filmes preferidos de Tarantino. Tem todos os elementos comuns, mas com reviravoltas que envolvem dinheiro, armas, roubo, traição e tornam o filme intrigante até o final. A trilha sonora tem papel importante na história e pessoalmente recomendo as 17 faixas integrantes do álbum, com alguns bons diálogos do filme, claro. Mas, como tudo é bom, ficamos com a mais famosinha.


 Chegamos então ao momento pop de Tarantino, naquele filme que todos assistiram, da minha sobrinha à minha mãe e aí você já sabe que seu diretor querido não é mais tão underground assim. Kill Bill Vol. I e II conseguiu mais que isso, conseguiu ser pop, assistido pela geral e manter o ar independente com os elementos tradicionais do cinema de Tarantino. O discurso final de Bill, sobre o superman é uma crítica tão forte e tão verdadeira que não tem como não ficar refletindo sobre isso depois. A trilha, que saiu como Kill Bill Vol. III é novamente impressionante e rolou uma dúvida aqui sobre qual escolher, mas fiquei com as rocks grrrls cantando descalças (no filme porque aqui elas estão em cima do salto).


Em 2007 o diretor participou do projeto Grindhouse junto com Roberto Rodriguez, onde foi responsável pelo filme Death Proof. A história de um ex-doublê que se considera a prova de morte até encontrar garotas que tão loucas quanto ele. Com muito foco nos clichês e nas cenas exageradas, é um filme irônico e divertido. A trilha sonora é até hoje um dos meus álbuns para se ouvir no carro, indo pra balada. Presente especial foi ter me apresentado Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich.


Aí o cara faz um filme redenção que nos permite a morte do tirano e você se vê torcendo muito por um grupo de psicopatas loucos que estão vingando todas as vítimas do nazismo com uma crueldade de igual nível. Com um plus de ter o Brad dando o seu habitual show de interpretação. Bastardos Inglórios (2009) é o líder de bilheteria entre os filmes de Tarantino, ganhou vários prêmios, teve 8 indicações ao Oscar e ainda levou a estatueta de melhor ator coadjuvante com Christoph Waltz no papel do nazista Hans Landa.


O aclamado Django Unchained (2012) eu ainda não assisti, não posso dizer nada. Mas olha só, isso é só dos filmes em que ele é o diretor, fora os que participou como produtor, roteirista, ator... Tem muito coisa boa em filme e música por aí. 



sábado, 23 de março de 2013

Ronaldo Inc, muito mais que um sonhador

Quem nunca desejou viver do seu sonho? Poder trabalhar com o que gosta e ganhar por isso, verdadeiramente? É muito difícil ver acontecer, mas quando acontece, nos inspira. Conversamos com o artista plástico Ronaldo Inc que passou de uma pasta de desenhos na mochila para a arte, conseguiu viver do seu sonho e reconhece o quanto isso é difícil (porque essa história de que sonhou e realizou, pois era destino,  não cola mais, né!?).


Mica: Ronaldo, primeiro muito obrigada por topar fazer a entrevista, ficamos muito contentes. :)
Ronaldo: É divertido. Treinei muito no colégio respondendo questionário das meninas. Lembram?
Kelly: haha, caderno de perguntas!
Ronaldo: Tinha várias perguntinhas de adolescente. Eu trollava algumas respostas, claro.

Mica: Pra começar, conta pra gente como a arte entrou na sua vida.
Ronaldo: Desde pequeno eu desenho, tá no DNA... meu pai desenhava mas não trabalhava com isso. Como sempre desenhei, imagens e tudo relacionado sempre me encantou, aí à arte tornar-se um trabalho foi muito sutil e veio tardio talvez.
Mica: Antes você tentou outras coisas?
Ronaldo: Olha só a minha carteira de trabalho que underground: só tenho dois registros e são de office boy... hahaha Tentei trabalhos simplórios, o caminho era a arte mesmo e nem sabia.
Kelly: Os amigos que te incentivaram? Ou você mesmo olhou seus trabalhos e se sentiu confiante?
Ronaldo: Ah! A confiança veio junto com os elogios e críticas dos amigos. Andava com uma pasta de desenhos numa bolsa e mostrava pra deus e o mundo o quer que fosse.
Kelly: Ou seja, no fundo você sabia que poderia acabar dando certo? 
Ronaldo: Sabia que de tanto treinar ficaria bom. Agora a certeza quanto à dar certo comercialmente é tipo jogar garrafas ao mar e esperar elas voltarem com respostas. É muito louco o processo, me sinto uma espécie de "profissão repórter" fazendo uma matéria sobre como tornar-se artista e vencer.

Mica: Há quanto tempo você investe na arte como carreira?
Ronaldo: É um drama mexicano... há uns 10 anos, acho.
Kelly: Você chegou a fazer algum curso? Ou foi autodidata?
Ronaldo: Autodidata total, pois financeiramente não tinha condições de fazer algum curso mas tinha muita vontade. Aí de tanto treinar sozinho o traço próprio vai surgindo e muitas coisas que não são lecionados em cursos surgem no processo, mas acho cursos básicos de desenho essencial para o básico e só.


Mica: Como você se definiria enquanto artista? Tem um estilo que orienta os seus trabalhos?
Ronaldo: Antes o oriental era mais presente, mas não defino mais não.... É um mix de referências e muitas possibilidades de aplicar a arte que nem dá pra segmentar em um estilo. Falo por mim e pra mim, claro.
Mica: Alguns elementos são recorrentes nos seus trabalhos, como os gatos e o traço inc. Isso representa uma identidade?
Ronaldo: Representam sim. Os pássaros, as geishas, olhando cada item você chega um pouco mais próximo da personalidade do artista em música, cinema, enfim...

Kelly: Ronaldo, tenho curiosidade sobre o processo criativo. Você tem "hora" pra pintar? Digo isso porque geralmente as pessoas se incomodam com o barulho, daí optam pela madrugada. Enfim, como é? Rola música? Silêncio? O quê?
Ronaldo: Olha, música sempre. Não tenho hora específica, achava a madrugada melhor para desenhar e criar porém ando priorizando o sono e não varo mais madrugadas adentro. Mas a música é presente mesmo, sejam calmas ou caóticas.

Mica: Há artistas que te inspiram? Quem você considera relevante atualmente?
Ronaldo: Bastante me inspiram. Citar os atualmente... são muitos quase anônimos da mídia, sabe? Tem o Banksy que acho incrível e tem artistas da música que me inspiram no tocante da cultura que reflete no meu trabalho também. Ray Caesar é incrível, posso citar uns mil.
Kelly: Cadê Romero Brito? =P
Ronaldo: Meo deos... mas sabe gente, eu piro em biografias de seja quem for, gosto mesmo de saber a trajetória e tals pra ver como aquela pessoa chegou lá (ou não). Falei isso porque a história de Romero é aquela de vencer e tal, mas o cara é coxinha, né? Considerado tipo o Paulo Coelho das artes e tal. Não vou cuspir nesse prato vai... já li Paulo Coelho pra caramba, mas entendo o argumento dos críticos, tomo como experiência pra mim mesmo, para não me tornar coxinha nas artes.


Mica: Para você, qual o papel da street art no cenário das artes?
Ronaldo: Muito importante. Não só das artes, mas como cultura urbana mesmo, primeiro e melhor lá fora depois levaram mais à sério por aqui no Brasil. Mas street art teve seu boom aos olhos da mídia e ajudou muita gente que estava batalhando há tempos, deu respaldo, né, antigamente tudo era tachado de pixação. Ainda hoje com uma geração mais velha ainda é, mas tá acabando.
Mica: Confessa que você começou pixando muro vai! hahaha
Ronaldo: hahaha, pior que não! Nem tag em trem eu fiz! A maioria começou assim mesmo, mas minha história de arte não começou com spray, que diga-se, comecei a usar bem mais tarde. Quem faz isso gosta da adrenalina sabe, de mostrar no dia seguinte para os brothers, quer ganhar conceito, não tem muito segredo. Eu tenho horror de tomar um enquadro pixando, não serviria para isso. Aliás nem faço minhas artes na rua por causa disso: ficar atento, não ser pego, ter que parar o que está fazendo pra dar explicações. Sempre tomo cuidado para não me colocar como "grafiteiro", pois nem nas ruas estou muito, do graffiti só me apoderei das ferramentas e das referências.

Mica: O que acha das mídias sociais como meio de divulgação de trabalho?
Ronaldo: Ótimas! Viver o nascer da internet, cá entre nós, é um privilégio pra nossa geração, hein. O trabalho chegar aos olhos de pessoas que você talvez nunca veja ao vivo é sensacional.


Kelly: Muita gente não tem a oportunidade de trabalhar com o que gosta. Conte como é, faça inveja nas inimiga. haha =P
Ronaldo: Nossa, sempre penso nisso, gente... já penei um bocado nessa trajetória. Aí nos momentos de fraqueza eu pensava sempre nesse privilégio, ainda mais no Brasil.
Kelly: Dá pra viver de arte no Brasil?
Ronaldo: Dá, mas depende de uma série de fatores de cada um: onde ele aplica sua arte, os contatos, a qualidade e mais contatos, rs.
Mica: O que você aconselha para quem está na luta ou sonha em começar?
Ronaldo: Ter um plano B. hahaha Treinar bastante e ver de perto se possível como funciona a coisa toda. Porque rola às vezes uma ilusão de glamour e quando acha que vai arrasar no SPFW vai parar numa boate na turquia, rs.

Mica: Tem algo que você gostaria de dizer e não perguntamos?
Ronaldo: Hmmm.. quero só deixar a minha opinião/conselho de que todo artista tem uma responsabilidade social e precisa colocá-la em prática! E tenho dito! hahahaha

Para admirar, comprar e contratar:
E-mail: contato@ronaldoinc.art.br

sábado, 16 de março de 2013

Amigo que é amigo...

Amigo é uma coisa que entra na vida da gente logo cedo e junto com os amigos vêm as lições e frases prontas sobre amizade. Aí a gente cresce com aquela ideia linda e mentirosa: amigo é pra sempre, até mais que amor. Mas de todas essas mentirinhas que nos ensinam, tem uma que é muito perigosa: amigo que é amigo fala as verdades na cara, não passa a mão na cabeça.


Kelly: Amizades, mesmo as mais verdadeiras, às vezes acabam. Não é regra, mas acontece. Por quê? Pelo simples motivo de que pessoas mudam. E mudamos o tempo todo! Só que nem sempre um dos lados está disposto a conviver e se adaptar a isso. Logo, "amigo que é amigo é para todo o sempre" é mito.

Mica: E não significa que a pessoa te odeia, te inveja, te sacaneou ou algo assim, ela apenas seguiu em frente. Também não significa que ela se voltou para o lado negro da força. Mudar de emprego, de escola, de cidade, de profissão, de namorado, de qualquer coisa, faz a vida mudar e, às vezes, com essas mudanças, algumas pessoas não cabem mais, até mesmo na rotina.

Kelly: Exato. Se a gente olhar para trás, quantos amigos passaram por nossa vida? Muito mais do que um dia a gente imaginou, aposto. Eu cresci com essas ideias de que 'amizade verdadeira não morre'. Mas daí, vivendo e amadurecendo, você vê que infelizmente [ou felizmente] não é assim. Daí, o jeito é levar a vida. E amigos novos sempre aparecerão.

Mica: Eu demorei um pouco pra entender isto, precisei lidar com o fim de várias amizades para aprender que isto não é uma perda. Pra falar a verdade isso só fez sentido pra mim quando eu precisei por fim em algumas amizades que estavam me fazendo mal. E não porque eram pessoas horríveis, apenas porque não estávamos mais na mesma sintonia. Eu desejo o melhor para elas até hoje, mas não quero compartilhar a minha vida com elas. Cruel?

Kelly: Acho mais cruel manter uma amizade desonesta do que se afastar, sabe. Só voltando um pouco no assunto ali, para não me entenderem mal: Sim, tenho amizades bem antigas... umas de mais de 10 anos e outro que chega a 20 [amizade de infância]. São especiais. Porém, apesar de tudo, não olho pra essas amizades e digo 'Ohhh, serão para sempre'. Deixo rolar. Criar expectativas não presta, sabe... mais uma das coisas que o tempo ensina.

Mica: Nossa, eu acho que não tenho amizades tão antigas... Mas nem lembro exatamente porque acabaram. O que me norteia hoje em minhas amizades tem a ver com a segunda “verdade” que falamos na introdução, “amigo que é amigo fala as verdades na cara” me embrulha o estômago. Primeira coisa: verdades de quem? Porque o que é uma verdade pra você pode ser uma tolice pra mim e vice-versa. Não radicalizem, pensem em situações cotidianas de uma amizade. Vamos a exemplos: “Mica você diz isso porque não lida bem com críticas”. Verdade. Não lido. E daí? Porque eu tenho que mudar isso pra ser sua amiga? Porque isso é um defeito? E o que é que você precisa tanto me criticar pra provar sua amizade? Acho muito mais justo alguém que aceita meus defeitos do que alguém que quer me mudar.


Kelly: Aí que tá. Assim como relacionamentos amorosos, amizade tem a mesma pegada quanto a aceitar os outros como são. Se fulano ou ciclano te incomodam demais, saia fora. Melhor do que ficar enchendo o saco. Tudo bem que às vezes as pessoas dão conselhos porque querem ajudar. Mas quando o conselho passa a ser um sermão insistente, rola desgaste. Daí não dá.

Mica: Eu estabeleci algumas regras quanto a conselhos hahahaha sério. Servem para eu não ultrapassar o limite de nenhum amigo e como alerta em relação as pessoas que estão na minha vida. 1 - Só digo algo se me perguntam. Às vezes a pessoa só quer desabafar, deixar sair o problema ou a dor de dentro dela e nessas horas o que ela menos precisa é de alguém dizendo o que acha que ela deve fazer da vida dela; 2 - Se eu gosto de você, eu gosto até dos seus defeitos. E rio deles com você. Se isso não é possível, então não é possível a amizade e, 3 - Quando dou conselhos penso no que faria a pessoa feliz dentro das escolhas dela e não das minhas, porque o meu modelo de felicidade serve pra mim, mas não necessariamente para o outro. Se você sonha em ser atriz e me pergunta o que eu acho eu não vou dizer que acho uma coisa quase impossível, porque é impossível pra mim. Eu vou dizer que se é isso que te fará feliz, vai lá e faz. E se der merda, beleza, volta que eu estou aqui. Se a pessoa não é capaz de fazer isso por mim, não vai dar certo.

Kelly: Bom, eu já cometi gafes. Muitas. Mas quando você tem um amigo bacana, ele te avisa da sua mancada. Até dói, porque ninguém erra porque quer. Mas enfim, classifico esta atitude como algo bacana, porque há os "amigos" que não verbalizam seu erro pra você... acostumam-se a falar para os outros. Pronto, daí pode encerrar a amizade de vez. Acredito que quando chega neste ponto não tem mais jeito (pelo menos pra mim). Há quem consiga viver dessa forma, mas são escolhas. Eu opto pela distância, no caso.
Fria? Será? Quem é mais frio: o que termina a amizade ou o que mantém falsidades? Na teoria, muita gente dirá que é preferível terminar, mas na realidade, vivem o oposto e ainda criticam quem faz o contrário. A resposta pra isso: Paciência + Tô nem aí.

Mica: Então, eu entendo um “olha você me magoou”, mas quando a frase começa com “você devia... você precisa... você tem...” Já me escurece a mente. Não devo, não preciso e não tenho que fazer nada. Ao menos que queira, que consiga e que possa. Entende? É isso que me incomoda, aquela linha tênue entre conselho e ordem. Aquela invasão em que o importante não é mais te ajudar e, sim impor o que ela pensa de você e das suas escolhas. Amigo de verdade não precisa estar certo sobre mim, amigo de verdade é capaz de aceitar o que EU sei sobre mim. Parece que o fato de a pessoa se tornar íntima faz ela acreditar que pode (e até deve) sair dando lição de moral para te “abrir os olhos”. Intimidade é uma merda, só traz desgosto e filhos. Detalhe, em amizade nem filhos rola.

domingo, 10 de março de 2013

Leite derramado


Através dos olhos e das memórias de um velho em uma cama de hospital, Chico Buarque nos traz no seu último romance a história de uma família tradicional carioca desde suas raízes portuguesas até os dias atuais. A primeira vista esta síntese dá a ideia de um romance arrastado, pesado, com cara de novela das seis. Mas não tem absolutamente nada disso. 

Primeiro porque em 200 páginas estão concentrados dois séculos de história do Brasil sem falar exatamente disso. Segundo porque não há cronologia lógica. O narrador conta do que lembra, como lembra e vai emendando uma história na outra com um ritmo rápido e envolvente. 

Talvez esta seja uma característica marcante na escrita de Chico, seus romances não respeitam ou determinam sequencias lógicas aos acontecimentos, estão sempre sujeitos as visões, interpretações e lembranças das personagens. Foi assim em "Estorvo" (1991) e "Budapeste" (2003). Dos três, Leite derramado é o que tem o texto mais leve e menos confuso. 

Gosto da cadência que o autor deu ao texto, algo meio "carioca suingue sangue bom". Gosto também das pequenas surpresas, como ver um velho super tradicional contando histórias da sua vida como meu avô contaria e do nada começar a contar histórias escabrosas que nunca imaginaria um avô vivendo. 

Mas eu sou super suspeita para falar de Chico Buarque. O primeiro livro seu que li foi a peça "Calabar" que é apaixonante, desde então ele entrou pra minha lista de autores "tenho que ler tudo que este cara fez/fizer". Até hoje, nenhum me decepcionou. 

Pra fechar bem a indicação vale lembrar que Leite Derramado foi considerado o livro do ano em 2010, ganhou o prêmio Jabuti e o Prêmio Portugal Telecom. Não dá pra não ler. 

"Só sei que Eulálio d'Assunpção Palumba Júnior foi batizado e criado por nós, hoje é esse garotão que a leva para andar de carro e me dá charutos cubanos. Veio aqui em casa outro dia com uma namoradinha de alfinete no umbigo, que não parece nada comunista. Nem o garotão tem jeito de quem distribui panfletos contra a ditadura. Você deve estar fazendo confusão com o outro, aquele Eulálio mais moreno, namorador, que teve um caso com uma japonesa e engravidou a prima. Mas aquele, se não me engano, era filho desse Eulálio garotão com a moça do umbigo, minha cabeça às vezes fica meio embolada. É uma tremenda barafunda, filha, você nem vai me dar um beijo? É desagradável ser abandonando assim, falando com o teto."