Este mês decidimos juntar duas paixões para fazer nossas indicações por aqui: cinema e música. Aposto que não sou a única apaixonada por trilhas sonoras neste mundo. Um dos motivos principais: conhecer novas bandas e artistas. Por isso gosto quando além das músicas especialmente compostas para a trilha, os diretores incluem outras, nos fazendo ouvir músicas que gostamos ou nos apresentando novos artistas.
Nesta linha, meu preferido é Tarantino. Sou apaixonada pelo cinema que ele faz e pela sua escolha de trilhas. Já tive vontade de indicar seus filmes aqui, mas confesso que sua fama está tão alta que achei besteira: tenho a sensação de que TODO mundo conhece e gosta de Tarantino. Assim, a opção de indicar a trilha sonora junto foi perfeita, porque posso indicar tudo do cara.
Cronologicamente, trago pra vocês o filme e uma música adorada da trilha:
Reservoir Dogs (1992) - No Brasil "Cães de aluguel" é até hoje considerado o melhor filme independente já feito. Tarantino já mostrava sua tendência de fazer referências a filmes antigos e na época até se levantou uma ideia de plágio, mas nenhum cineasta ou autor processou. Parece que todo mundo entendeu qual era a proposta do cara e isso virou sua marca. Há cenas quase iguais e Tarantino entrega qual foi o filme inspiração. O filme mostra o antes e o depois de um roubo de diamantes realizado por cinco caras que não se conhecem e se tratam por codinomes de cores. Isso já dá o ar sarcástico que a narrativa traz. Outros elementos sempre presente na obra de Tarantino também aparecem, como violência e narrativa não linear. Ah, e a leve participação do diretor também!
O segundo filme dispensa muitos comentários, Pulp Fiction (1994) fez o diretor cair na graça de todo mundo que gosta um pouquinho mais de cinema e se arrisca a assistir um ou outro filme B. Cenas inesquecíveis como o discurso do personagem de Samuel L. Jackson (que até enjoou de tanto que o povo repetia) e John Travalta com Uma Thrumam dançando daquele jeitinho que todo mundo passou a dançar nos anos 90. Esta é com certeza a trilha mais conhecida de Tarantino.
Adaptado do romance Pum Punch de Elmore Leonard, Jackie Brown (1997) é um dos meus filmes preferidos de Tarantino. Tem todos os elementos comuns, mas com reviravoltas que envolvem dinheiro, armas, roubo, traição e tornam o filme intrigante até o final. A trilha sonora tem papel importante na história e pessoalmente recomendo as 17 faixas integrantes do álbum, com alguns bons diálogos do filme, claro. Mas, como tudo é bom, ficamos com a mais famosinha.
Chegamos então ao momento pop de Tarantino, naquele filme que todos assistiram, da minha sobrinha à minha mãe e aí você já sabe que seu diretor querido não é mais tão underground assim. Kill Bill Vol. I e II conseguiu mais que isso, conseguiu ser pop, assistido pela geral e manter o ar independente com os elementos tradicionais do cinema de Tarantino. O discurso final de Bill, sobre o superman é uma crítica tão forte e tão verdadeira que não tem como não ficar refletindo sobre isso depois. A trilha, que saiu como Kill Bill Vol. III é novamente impressionante e rolou uma dúvida aqui sobre qual escolher, mas fiquei com as rocks grrrls cantando descalças (no filme porque aqui elas estão em cima do salto).
Em 2007 o diretor participou do projeto Grindhouse junto com Roberto Rodriguez, onde foi responsável pelo filme Death Proof. A história de um ex-doublê que se considera a prova de morte até encontrar garotas que tão loucas quanto ele. Com muito foco nos clichês e nas cenas exageradas, é um filme irônico e divertido. A trilha sonora é até hoje um dos meus álbuns para se ouvir no carro, indo pra balada. Presente especial foi ter me apresentado Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich.
Aí o cara faz um filme redenção que nos permite a morte do tirano e você se vê torcendo muito por um grupo de psicopatas loucos que estão vingando todas as vítimas do nazismo com uma crueldade de igual nível. Com um plus de ter o Brad dando o seu habitual show de interpretação. Bastardos Inglórios (2009) é o líder de bilheteria entre os filmes de Tarantino, ganhou vários prêmios, teve 8 indicações ao Oscar e ainda levou a estatueta de melhor ator coadjuvante com Christoph Waltz no papel do nazista Hans Landa.
O aclamado Django Unchained (2012) eu ainda não assisti, não posso dizer nada. Mas olha só, isso é só dos filmes em que ele é o diretor, fora os que participou como produtor, roteirista, ator... Tem muito coisa boa em filme e música por aí.