sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Prêmio Saia Suja da Semana

Dias atrás, li uma notícia sobre as declarações de uma tal mulher: uma australiana, a mais rica do mundo, com uma fortuna avaliada em 30 bilhões de dólares.

Antes de começar a ler este texto, você deve ter olhado para a foto abaixo. E entendido prontamente porque o Prêmio Saia Suja da Semana vai para a Gina Rinehart... Gina, que não é a Gina Indelicada do Facebook, mas que poderia merecidamente ganhar este título após declarar tanta besteira.


A primeira matéria que li (Folha de São Paulo), foi no dia 30 de agosto, onde mostrava esta mulher, até então desconhecida, dizendo que:

[clique em cima da foto para aumentá-la]

Qual a sua reação, caro amigo que integra o time do proletariado??? 

A minha reação foi clichê: Mandei essa mulher se fuder e devo ter ficado com uma cara mais escrota do que a dela.

Mas, geralmente as declarações polêmicas ganham ênfase em jornais, e tais veículos de comunicação deixam um pouco mais escondidas as frases que talvez 'aliviassem' a anterior [aquelas que são supostamente ruins]. É sempre assim, não é? Pois então, apesar de eu ter ficado com a cara feia, reativei meu lado racional e li a matéria até o fim, na esperança de encontrar algo pós-merda. E sim, vi algo que TALVEZ também merecesse destaque pelo jornal, mas que não teve tanto - afinal, a manchete do artigo não destaca a seguinte frase: "Se transformem em uma destas pessoas que trabalham duro, investem e constroem e, ao mesmo tempo, criam emprego e oportunidades para os demais".

Se no jornal tivessem apenas publicado esta declaração da Gina, ou, focado a notícia nesta última frase, acredito que ninguém teria amaldiçoado a mulher, certo?! Afinal, a dica não é ruim... investir, construir, criar oportunidades para os demais, não soa egoísta. Enfim, caro leitor, espero que eu tenha conseguido chamar a sua atenção para o 'lado B' da matéria. É fácil cair na intenção sensacionalista e ignorar o resto. Te convido a não agir como a maioria...

Porém, agora que esta matéria foi 'mostrada' por inteiro, qual é a sua opinião? Eu gostaria de saber a sua. Vou publicar a minha,  mas já aviso que eu não sou a senhora da razão e da verdade... posso estar certa ou errada, tudo depende. A intenção é trocarmos ideias e ampliarmos o conhecimento. Então lá vai o que penso:

A segunda frase da Gina não é ruim, mas por si só não conserta a primeira. "Não há receita para ficar milionário... trabalhem mais". Segundo a revista, Gina é herdeira. Logo, não nasceu pobre e contruiu todo este império do nada e sozinha. É fácil ter nascido com milhões na conta bancária e dizer para os demais "Seus invejosos [risos], trabalhem aí que vocês ficarão ricos também, rs rs rs". Trabalhar bastante não garante bilhões na conta de ninguém. Se assim fosse, um bóia-fria teria mais dinheiro do que ela. E, mesmo que eu cite um trabalho que exija esforço mental e não físico, a conclusão é a mesma:  Trabalhar muito não torna uma pessoa rica, senão TODOS os workaholics seriam milionários [e não são]! Cara, isso é muito simples! O lance é que: trabalhar para os outros não gera riqueza a não ser para o dono. Ok, nem todos os empresários estão nadando no dinheiro e muitas empresas fecham as portas por diversos motivos. Mas ainda assim, penso que se você realmente quer dinheiro, trabalhar bastante de forma INTELIGENTE e para VOCÊ, te coloca mais perto do $$ do que ser um empregado... e daí, quem sabe sendo o patrão, você tenha dinheiro para investir e constuir [por isso eu disse que a segunda frase não consertava a primeira].

...


Dia 5 de setembro, Gina reaparece com a seguinte declaração, publicada pelo UOL:

"Austrália está ficando muito cara para as mineradoras... conseguiria contratar trabalhadores na África por menos de US$ 2 por dia (cerca de R$ 4)." 

Daora a vida, né Gina?!

Caros amigos, depois dessa, o Prêmio Saia Suja tinha que reaparecer neste blog. E de acordo com tal afirmação, não vejo como salvar a Gina de uma possível má-interpretação.

Eu não sou formada em economia e acho que nem preciso ser para ter uma opinião pesada sobre isso. Claro que um economista fará uma avaliação com bases mais firmes do que as minhas. Mas me atreverei a dar pitaco.

Antes de mais nada, achei necessário sabermos o custo de vida de um africano. A Gina não facilitou a minha vida e não disse de qual país africano ela estava se referindo [grrrr]... então, vou tomar como base a África do Sul.
Primeiro, só por curiosidade, "câmbio": Entrei em um site de conversão de moedas e vi que 2 dólares ou 4 reais equivalem a aproximadamente 16,47 rands [moeda da África do Sul]. Se o cara receber pelos 22 dias trabalhados num mês [obviamente não estou contando os sábados e domingos], ele receberá por volta de 362 rands. Não fui muito a fundo na pesquisa, mas vi que sair de balada por lá, por exemplo, custa mais ou menos a mesma coisa que no Brasil. Contas de água e luz são baratas, entretanto, alugar um apartamento com 2 quartos custaria 1000 reais por mês; assim sendo, a pessoa precisa de 4 mil rands só pra pagar o aluguel!! Ou seja, como assim africanos topariam trabalhar por 362,34 rands?!?! Eu devo ter escolhido errado o país africano no qual ela estava pensando, só pode.

Mas ok, a intenção da Gina é levar africanos para lá. Logo, receberiam os tais míseros US$ 2,00 por dia. Qual o custo de vida de um australiano? O aluguel de um apartamento com 2 quartos custariam aproximadamente 1000 dólares [dependendo da cidade]. Ou seja, de qualquer forma, não tem como sobreviver com este valor nem na Austrália, nem na África do Sul, nem no Brasil e nem na puta que o pariu.

E, se australianos se recusam a trabalhar por uma quantia tão ridícula [e com muita razão], por que africanos ou outros estrangeiros deveriam topar? Isso me cheira a merda.

Politicamente correto seria eu não julgar esta mulher e nem qualquer outra pessoa do planeta. Mas acho dificílimo compreender o que se passa na cabeça de uma pessoa assim, como a Gina.

Ter bilhões na conta à custa da miséria e sofrimento alheio? Interessante, Gina, você dizer para as pessoas investirem e criarem oportunidades de emprego para os outros. Oportunidades como esta? Você acha que alguém realmente precisa de um trabalho desses???

E aqueles comentários básicos do tipo 'Por que ela não ganha isso, então?', 'Queria ver ela recebendo isso  por mês' e afins, nem vou me dar ao trabalho. Minha indignação diz tudo.

Nojo.

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26 comentários :

  1. O que me assusta é que uma pessoa assim pode ser formadora de opinião, ela não parou para refletir que se as pessoas trabalharem mais a economia vai parar, pois elas não poderão fazer nada além de trabalhar, mas não é de todo mal o que ela disse, mas sim a forma como disse, e ela se vale de um mérito que não é dela, mas é interessante saber como uma pessoa na posição dela - que julgamos ter o minimo de sensatez - pensa, isso só me faz lembrar e educação e bom senso vem de berço e não de bolso.

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  2. Uma única vez na vida eu vi uma pessoa que "venceu" assumindo que 20% é trabalho e 80% é sorte. Qualquer um que chegar com esse papinho mole e me disser que se trabalhar de verdade conseguirá tudo o que deseja eu considero ignorante, dominado por um pensamento aristocrático sobre o qual nunca refletiu. É exatamente o tipo de discurso que faz a pessoa se sentir a pior do mundo por não alcançar suas conquistas, até porque isso é culpa única e exclusivamente dela que não se esforçou o suficiente.

    Sinto desiludi-los, ricaços, mas existem outras coisas na vida que te impedem de chegar lá, independentemente do trabalho duro. Existem famílias tradicionais controlando empresas, cargos e poder público; existem questões políticas e econômicas que beneficiam uns em detrimento de outros; existem pessoas que te passam a perna mesmo não sendo tão competentes quanto você. Influência, contatos e grana determina muito mais seu sucesso profissional do que sua competência.

    Gina é a filhinha de papai que assumiu os negócios da família e não conhece outro mundo além disso. Ela trampa muito? Sim, administrar não é brincar de escritório. Mas não serve como exemplo de trajetória profissional pra quase ninguém.

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    1. Oi Mica, vou fazer um comentário mais extenso, mas Gina é conhecida por ser extremamente dedicada ao trabalho, não dar atenção a aparência e falar exatamente o que vem a telha. Ela é uma mulher livre e independente. Herdou uma fortuna, sim, herdou... mas os familiares dela não estão nem perto do dinheiro que ela tem e herdaram a mesma coisa. Ela trabalha muitooo!

      Então podemos dizer que ela é uma mulher do jeito que vcs querem que as mulheres sejam, mas de direita! kkkk

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    2. Ela herdou um império mineiro e após assumir a empresa, a 20 anos atrás, ela ampliou muito, até se tornar um império astraliano!

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    3. Flá eu não disse que ela não trabalha e nem que é incompetente. Eu não desconsiderei o trabalho dela, eu só demonstrei que ela não tem visão social do que está dizendo.

      Quanto ao que defendemos para as mulheres, a visão foi bem deturpada. Ser independente é além do fator econômico. O fato de ela ser a mulher mais rica lhe dá toda a independência financeira, lhe traz poder num mundo considerado masculino, mas não significa que internamente ela reconstruiu o significado de ser mulher a ponto de liberta-se das determinações de gênero que a lhe são impostas. A liberdade feminina apenas começou pela financeira, o quadro atual das lutas feministas encontra-se num nível mais subjetivo - a mudança do pensamento social acerca da mulher.

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    4. Visão social de esquerda ou de direita. Ela tem visão social de direita, nessa visão, gerar empregos é gerar inclusão social através de renda.

      Hmm, ela é uma mulher independente sim. Muito além do financeiro, ela teria tudo para ser uma Paris Hilton. Mas ela optou por outro caminho (a natureza pode não ter ajudado mas com o dinheiro que ela tinha...), de 2007 pra cá, segundo a FORBES, ela aumentou a fortuna em 18x! Ela tem voz ativa, ela poderia ser uma rica escondida, mas ela vai lá e tenta influenciar o mundo (pelo menos a Austrália) para que fique mais dentro da visão ideal dela.

      A questão que vocês não estão entendendo é que há feministas de direita assim como há as de esquerda. Assim como já foi verificado, há um grande número de gays no partido republicano americano, aquele que é homofóbico. Alguns simplesmente acreditam que o caminho da direita é melhor que o da esquerda.

      O que vou falar não vai agradar vocês, mas o que vi foi uma análise muito superficial dessa mulher. Basicamente vocês analisaram ela por uma declaração que já vi a direita e diversas pessoas falarem ("vai trabalhar vagabundo", por exemplo) e culpar ela por ser rica.

      Uma análise melhor poderia dizer que ela foi uma péssima mãe, o quanto as empresas dela poluem a austrália, os malefícios das grandes corporações e até o recém criado (e comandado por ela)lobby para desenvolver as empresas do norte da Austrália que, basicamente, apoia o extrativismo na região que possui as florestas mais exuberantes do país.

      Aí, colocando isso e as frases típicas de direita, hmm, tornaria a coisa mais complicada!

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    5. Ai vamos por partes rs

      1. Visão social - o fato de ela achar que gerar empregos é inclusão social (apesar que é você quem está dizendo que ela pensa isso rs) eu não posso concordar e nem aceitar. Ela pensa isso e vou criticá-la por pensar isso. Eu não sou obrigada a aceitar e entender, como se fosse uma coitadinha... Todos temos capacidades iguais? Oportunidades iguai? Nessa lógica, que nem é a minha, ela também teria condições de reavaliar suas posições e oferecer oportunidades mais justas. 30 bilhões para $2,/dia não é aceitável e ponto.

      Feminismo: pra começar só é feminista quem assim se declara, conhece a luta e o movimento, defende seus princípios e a gênero como categoria de análise científica. Não sei se ela se declara como feminista. Entretanto a questão de feministas de direita ou de esquerda é muito mais amplo. Temos feministas em todos os partidos (pensando Brasil), até porque nos ditos partidos de esquerda brasileiros elas não conseguem votos ou legenda para se elegerem. Mas ao debater com muitas delas, a defesa da condição feminina se encaixa no discurso do movimento, que entre outras coisas se afina a defesa das minorias e erradicação da pobreza. Deste ponto de vista, Gina não é feminista. Lutar e trabalhar duro pelo crescimento de sua riqueza pode até tê-la feito reconstruir conceitos internos de gênero (o que não me parece), mas se ela explora outras mulheres, impedindo que tenham as mesmas oportunidades, ela vai contra o pensamento feminista.

      "A questão que vocês não estão entendendo" - essa frase é muito agressiva Flá. Primeiro porque eu estou entendendo a sua visão, apenas estou discordando. Não considero que você não está me entendendo só porque discorda do que penso... Segundo porque eu estou debatendo com você, só eu.

      Aceito a crítica de análise superficial. Realmente eu formei minha opinião com base no texto da Kelly. Talvez se eu ler mais sobre a Gina até mude de opinião, talvez até concorde com você. E não tenho vergonha nenhuma nisso. Debate serve exatamente para crescer intelectualmente, se nenhum me debate me provasse estar errada nunca, muita coisa perderia o sentido ;). Mas não acho justo a mesma crítica em relação ao texto da Kelly. Além de ficar bem claro o cuidado que ela teve para formar sua opinião (ela inclusive fala isso no texto), eu acompanhei ela pesquisando sobre a mulher por uma semana, levando 4h para escrever o texto, levando em conta o estilo do blog, e as várias revisões. Então não acho que ela formou uma opinião rasa, com pouco embasamento. Talvez até por isso eu tenha me contentado em formar a minha apenas a partir do texto dela (o que reconheço é um erro).

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    6. Ah! só pro esclarecimento: eu sou feminista, a Kelly não.

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    7. Na minha opinião, feminismo não tem nada a ver com minorias e condições sociais, tem a ver com equidade no tratamento dos gêneros.

      Temos outros movimentos, como a defesa das minorias (que por sinal é muito amplo e controverso, afinal nazistas são uma minoria e eu nunca vou defender eles) e temos movimentos acabar com as injustiças sociais.

      Fico feliz que tu acredite nos 3, mas não dá para misturá-los....

      Sobre só ser feminista quem se declara... eu acredito que havia muitas feministas antes de haver um movimento. Acho que mais do que se declarar feminista é preciso ter a atitude. Assim como temos milhares de pessoas com um botton do Greenpeace e poucos engajados realmente, as atitudes são muito mais importantes do que os rótulos que usamos!

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    8. A questão é que, infelizmente, nunca conseguimos um modelo que promova realmente a justiça social... quem chegou mais perto foram alguns países nórdicos, mas eu mesmo conheço muitos que saíram de lá para ficar rico nos países com "menos justiça social" para depois voltar com dinheiro!

      Infelizmente, até o presente momento, o ser humano não se satisfez com "ser igual"... foi isso que acabou com o comunismo, foi isso que acabou com as comunidades idealizadas nos anos 60... alguém sempre queria ser mais que os outros, ser o líder, ter a maior cabana, etc..

      Um dos pontos mais fortes e que está causando mais inclusão social no Brasil é a inclusão econômica. Dar o poder financeiro para as classes mais baixas. Com mais dinheiro as pessoas tem acesso a mais opções, talvez essa geração apenas seja consumista, mas já consegue deixar seus filhos mais tempo no colégio do que as gerações anteriores.

      Eu não critico a inclusão econômica como um dos modelos para promover a inclusão social. Claro que eu sempre critiquei as grandes corporaçõess por lucrarem com isso e Gina é exatamente isso, ela É uma grande companhia.. ela é um alvo óbvio, algo não tão fácil nas grandes corporações em que a propriedade é distribuída em ações... podemos atacar os CEO apenas, que são empregados (muito bem pagos por sinal)... mas Gina é O alvo! É um alvo tão fácil e evidente que eu resolvi pesquisar mais. Ela é santa? Claro que não, mas pelo menos ela é coerente! Ela é a pessoa mais rica da Austrália e ainda tem que lutar com o preconceito de ser mulher, feia e herdeira. Mas ela é competente no que faz, ninguém aumenta 1800% a riqueza em 5 anos não sendo.

      Eu comparei ela com a Margaret Thatcher... realmente, as duas nunca tiveram papas na língua pra falar o que pensam. O concordar ou não com elas é um direito, mas o que quis mostrar com essa discussão é que a mulher tem seus méritos e não devem ser apagados por uma declaração fora de contexto.

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    9. Flá eu não disse que o feminismo É a luta pela defesa das minorias e contra pobreza. Eu disse que se afina com essas lutas. Não e possível uma análise de gênero ignorando-se outros fatores determinantes que perpassam a questão de gênero. Contexto histórico, econômico, etnia/raça, religião, etc são fatores que criam esteriótipos femininos e masculinos, determinando as relações de poder entre os gêneros.

      Existem muitos exemplos de mulheres independentes, rompendo barreiras e empodeirando-se. Isso não as faz feministas, apesar de muitas se tornarem feministas no processo. Atitude é mais importante que o discurso? O histórico do movimento mostra que precisamos dos dois. Enquanto os discursos e a produção de conhecimento estiver comprometida com preceitos que diferenciam os gêneros, não se promove a igualdade prática.

      O ponto em que eu não considero-a feminista é o ponto em que a prática dela é de comprometimento pessoal e não como luta pela igualdade de gêneros.

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    10. Historicamente o feminismo foi criado em uma sociedade branca e de classe média alta, mulheres com conhecimento e estudo. Quando a mulher queria ter oportunidades iguais e os mesmos direitos dos homens. posteriormente, após conseguir avançar bastante, se percebeu que outras questões afetavam um avanço maior. Por exemplo, mulheres negras e pobres estavam abaixo de todas as outras categorias de mulheres. Assim se todas as mulheres deveriam ter direitos iguais (e iguais aos dos homens) teria que se lutar por reduzir a pobreza e a discriminação, assim entendo o que tu falas na questão de haver uma proximidade sobre os assuntos.

      Sobre a Gina, a questão é que tu não tens (e nem eu) informações suficientes para dizer que ela não faz nada pelas mulheres, não há nenhum lugar dizendo que ela mantém ou não mantém nenhuma instituição de caridade ou que busque melhores condições sociais. Qualquer afirmação dizendo que ela não faz isso ou que faz... ou até se fizer e for apenas para conseguir vantagens financeiras com o FISCO.

      Não há essa informação. Me prove que ela não faz nada que se deixou entendido que ela não faz e eu me retiro de campo!

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    11. Prove-me o contrário que eu também me retiro :P

      Foi você quem começou colocando-a como exemplo "que vcs querem" e dizendo que é feminista por ser competente profissionalmente rs O que pra mim, não são argumentos.

      Ah e deixa que meus exemplos eu mesma escolho!

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    12. Eu não disse que ela era feminista, mas que ela tem uma atitude que falta a muita feminista ela tem!
      Com o dinheiro que ela herdou poderia ter ido a um salão e nunca mais saído. Contratava um personal, comprava os melhores produtos de beleza e as melhores roupas de grife. Em 6 meses ela teria um "antes e depois" e sairia em todas as revistas como um exemplo pra sociedade de como só é feia quem quer!
      Não foi isso que ela fez, ela assumiu um lugar de destaque na economia australiana e se destacou mais ainda.
      Ela dezenas de milhares de empregos, hoje muitos australianos dependem do sucesso dela. Se ela fracassar eles perdem o emprego.
      Ela é uma pessoa odiada, verdade, ela não é politicamente correta, mas diz o que pensa, coisa que a maioria das pessoas não faz. Eu a respeito, mesmo não concordando com muitas coisas....

      Agora quanto o ônus da prova, sorry darling. É sempre de quem acusa (há exceções porém não encaixaria nenhuma delas nessa situação) :p

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    13. O debate começou porque você colocou ela como exemplo do que "vcs querem para as mulheres". Então eu coloquei o feminismo na jogada - eu sou feminista e defendo seus ideais - respondi neste sentido e também porque eu não a considero feminista. E tudo isso, porque eu não a quero como exemplo.

      A minha posição como feminista, como o que considero ideal para as mulheres, não se afina em nada com uma pessoa que pensa como a Gina. Portanto não adianta você ser impositivo e querer que concorde a todo custo que ela é um exemplo, porque exemplos são pessoais e não me inspiro em nada por ela. Muito menos vejo as conquistas dela como motivo de orgulho pra mim.

      O ônus da prova é de quem acusa? Não, toda teoria ou argumentação deve ser comprovada em um debate científico. Neste caso tanto a minha quanto a sua. A minha ficou clara quando eu disse "não sei se ela se declara feminista ou não" e em diversos outros momentos declarei que EU não a considero feminista. E se ela assim se declarar um dia, se aparecerem projetos voltados as mulheres eu ainda ficarei com a pergunta interna "mas é justo crescer tanto através do alto lucro sobre salários tão baixos?".

      Penso assim da Gina e de muitos. Idealismo? Sempre. Ele me mantém do lado que eu escolhi estar.

      Se você concorda ou não, se você acha ridículo ou não, se você acha que eu estou entendendo ou não, se você acha uma decisão rasa ou não. É o que você acha. Nenhum dos seus argumentos, faz sentido na forma como eu vejo o mundo e no que desejo pra ele.

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  3. Longe de querer explicar o pensamento de direita (até pq eu sou opositor ferrenho a ele) mas;
    - Diziam que se todos os imigrantes dos EUA fossem embora o país quebraria, pois há serviços que os americanos não aceitavam fazer (isso antes da crise né, e 12m de desempregados);
    - Os brasileiros foram muito bem aceitos no Japão pq trabalham pesado e aceitam salários mais baixo. Isso nunca impediu de irem mais brasileiros pra lá e a renda acumulada lá trouxe grandes benefícios às famílias no Brasil.
    - Isso não é coisa nova, Ghandi foi trabalhar na África do Sul, como muitos indianos, pois lá ganhavam mais do que na Índia.
    - São muitos exemplos dessa situação mas alguns países como o Canadá e Austrália possuem populações pequenas e dependem muito de trabalhadores estrangeiros (procure um restaurante australiano na Austrália, será um surpresa encontrar!).
    Isso justifica querer pagar menos para pessoas? Acho que não, mas aparentemente há benefícios para quem vai trabalhar, e isso justifica para a "mente de direita". É a justificativa social.

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    1. Surpresa, alguém quer trabalhar na Noruega? Na Zero Hora de hoje tem uma matéria dizendo que estão chamando brasileiros para trabalhar lá!

      Que legal, certamente vão concorrer com os noruegueses nos serviços e ganhar a mesma coisa... ou não?

      Mas sei de diversos que gostaria de trabalhar lá! ;)

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  4. Por ser a pessoa mais rica da Austrália, ser mulher, ser feia, ter uma certa carreira política, Gina é muito criticada.

    No artigo original que ela publicou, basicamente ela se defendia de diversos ataques, originalmente ela diz: “Do something to make more money yourself - spend less time drinking or smoking and socialising, and more time working”.

    Eu leio isso como uma ataque-defesa. Ela está criticando seus críticos, alguns até da família, mas a maioria de pensamento de esquerda.

    Eu concordo com ela? Não. Mas é a escola da Margaret Thatcher, a Gina quer ser a dama de ferro da Austrália, com a diferença de ser rica e dona de boa parte da mídia, algo que a Thatcher nunca teve!

    Uma coisa que eu sempre dizia é que eu respeito tanto o extremista de esquerda quanto o de direita. Eles costumam ser mais sinceros nos seus dizeres que o centro (claro que não há garantias disso né hehehe).

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    1. Respeitar impede crítica? Acho isso perigoso. Interpretar o discurso é necessário para não se atacar sem argumentos, mas simplesmente "entender porque ela pensa assim" não torna o pensamento justo. Na sociedade que eu sonho (sim, sonho) o pensamento dela é desprezível e o contexto não atenua em nada o disparate de querer ser a mais poderosa a custa de trabalhadores ganhando $2,00 por dia...

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    2. Nada impediu a crítica, o que acho é que analisar "por cima" já fez muitos cometerem muitos erros.

      Na tua segunda parte, me repito. Todo mundo acha muito legal mandar os filhos trabalhar em um cruzeiro, por exemplo. O filho ganhará maturidade, trabalhará e ganhará dinheiro. Que legal. Essa é a ótica de quem manda o trabalhador. Por outro lado, a ótica do dono do Navio é que ele conseguirá mão de obra barata e que vai aceitar fazer um trabalho que você não verá um Finlandês, Sueco, ou Inglês fazendo!

      Vamos dizer que ela contratasse africanos em regiões devastadas pela guerra? Ou regiões em que as pessoas estão morrendo de fome.. e ela salvasse a vida dessas pessoas e ainda pagasse para eles $2,00 por dia. Provavelmente eles não receberiam isso em um mês ou talvez estivessem sem emprego vivendo (?) da assistência da ONU. Isso mudaria a ótica?

      Não tenho informações, como vcs mesmo disseram, sobre a parte da África eles viriam, mas certamente não estão indo para a Austrália ameaçados por uma AK-47!

      Os chineses que vieram para o Peru assinavam um contrato dizendo, praticamente, que trabalhariam como escravos por dois anos, após esse período eram livres, grande parte dos grandes negócios lá são de propriedades deles. Vamos mais perto, grande parte dos japoneses que vieram ao Brasil, nas primeiras levas, vieram substituir os escravos nas lavouras, ganhando uma miséria, e hoje a média de renda dos descendentes japoneses é superior a da maioria dos outros brasileiros.

      O que isso nos diz? Que o desprezível para um pode não ser tão desprezível para outros. Duvido que a Paris Hilton aceite um trabalho por R$ 10.000,00... que valor desprezível!!!!!

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    3. As pessoas aceitam a oportunidade que aparece e que lhe parece uma possibilidade de melhora, de crescimento. Isso não muda o fato de que esta oportunidade poderia ainda ser melhor se os empregadores olhassem de forma mais justa para a força de trabalho que os fazem aumentar suas riquezas.

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  5. Hmm, isso no mundo ideal. No mundo que vivemos aceitamos trabalhos que não gostamos para poder sobreviver.

    Infelizmente o mundo não é feito de oportunidades iguais, duas pessoas fazendo o mesmo trabalho na mesma cidade podem ter salários diferentes, podem ter níveis de satisfação diferentes.

    Eu poderia aceitar um trabalho que me traz grande prazer mesmo que me pagassem menos do que a média, contanto que eu conseguisse sobreviver dentro de um padrão aceitável de vida.

    Algumas pessoas simplesmente querem trabalho, não importa se gosta ou não, importa é que consiga sobreviver com o que ganha.

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    1. Ops, não saiu como resposta... saiu como comentário novo!

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  6. ok, então chegamos a um ponto comum, porque o que vc acabou de dizer é exatamente o que eu disse no meu primeiro comentário. Com outras palavras e um certo sarcasmo pra cima da Gina.

    Quanto ao mundo ideal, eu deixei bem claro que tenho como parâmetro de crítica a sociedade que eu sonho, não a que existe. Essa, já existe.

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    1. O teu não saiu como resposta tb! kkk

      Colocar todo mundo que falar "vai trabalhar vagabundo" no saia justa? uia, vai colocar muita gente! kkkk Não vai faltar post! :p

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  7. Estive ausente da internet estes dias, por isso demorei para aparecer por aqui. Enfim, vou falar o que eu acho [vi que rendeu o assunto]. :)

    1) Gina trabalha muito - Sim, não tiro o mérito dela, afinal, ela poderia ter herdado a fortuna e ter administrado mal o dinheiro. Porém, mesmo que ela trabalhe pra valer, ela já nasceu com milhões na conta, com uma empresa, enfim, não começou do zero. Aliás, eu ficaria babando pela Gina SE o histórico profissional dela tivesse começado como qualquer um dos seus empregados: ganhando uma merreca e ainda assim ter progredido. Aí sim. =P

    2) Análise muito superficial dessa mulher - Então, a coisa funciona mais ou menos assim: O Prêmio Saia Suja da Semana, como o próprio nome diz, destaca um fato ou uma declaração acontecida durante a semana. O que falei acima foi pesquisado. E, durante a pesquisa li alguma coisa falando de tais problemas com a família, mas nem fui a fundo. E por quê? Porque digamos que não estou fazendo uma matéria pra revista Época ou Exame, onde seja necessário RETRATAR a vida da Gina [ou qualquer outro escolhido para o "Prêmio"]. E nem teria espaço aqui pra isso também. O que levou ela até aqui foi a última declaração dela, sobre os 2 dólares por dia. E com base NESTA declaração, fui verificar se era isso que ela havia falado mesmo, e etc. As primeiras declarações dela só foram postadas porque não vi sentido em omiti-las.
    No Prêmio Saia Suja aqui no blog, já teve de tudo: Bispo, Políticos, Mulher Maçã... Todos por declarações recentes e nenhuma análise profunda sobre a vida de cada um [justamente pq não é esta a proposta].

    3) "Colocar todo mundo que falar "vai trabalhar vagabundo" no saia justa? uia, vai colocar muita gente! kkkk Não vai faltar post! :p" - Como eu falei no parágrafo acima, ela parou aqui por causa da segunda declaração, porém, não havia sentido em omitir a primeira.


    Enfim, li todos os comentários e como eu disse, trocar ideias não emburre ninguém, tem o efeito contrário. Porém, Flavius, mesmo você explicando muito bem sobre os pensamentos de direita e esquerda e dando exemplos válidos sobre imigrantes, ainda assim não mudei minha opinião. Não por teimosia (já aconteceu de eu mudar de opinião aqui num Saia Suja mesmo), mas porque apesar de todos os fatores aí envolvidos, a situação principal não se altera: Uma pessoa que pensa que o certo é pagar uma quantia com a qual é impossível viver decentemente, nunca terá meu respeito. Seja a pessoa é de direita, esquerda, feminista ou não, foda-se. E, pagar um salário ridículo pro seu funcionário e depois gabar-se 'sou rico', denota falta de bom senso, egoísmo e um típico exemplo de ser humano deturpado que eu não quero seguir.

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