sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mini-roteiro para curtir Maceió em 7 dias longe da CVC


As férias deste ano foram em Maceió-AL e como respondi a um amigo que me questionou a escolha "sei lá, minhas viagens que me escolhem". É verdade, não tenho planejado para onde irei porque quero conhecer todos os lugares. Então, quando chega a data e a grana na conta, eu vou atrás do que cabe no bolso.


Desta vez, com o plus de poder tirar as passagens por milhas, decidi levar a mãe-mais-linda-do-mundo junto. Isso muda o esquema. Minha mama é super versátil, topa tudo, mas não dá pra ficar em hostel e fazer tudo no esquema mochileira. Foi um negócio mais organizado.
Nos hospedamos na Ponta Verde, uma das praias urbanas da cidade. Fica entre a famosa praia de Pajuçara (que na verdade é um bairro e a praia famosa chama 7 coqueiros) e a Jatiúca. Lindíssimas e excelentes para tirar foto. Só. Não são praias de banho. As praias da cidade estão todas poluídas e não servem pra banho, uma tristeza. Olhar aquele mar super verdinho, lindo e não poder entrar é torturante, mas ao sentir o cheiro de esgoto a gente se conforma. Mesmo assim vale a pena ficar numa destas praias porque a mobilidade fica privilegiada. Têm tudo perto, principalmente restaurantes e bares. E pra curtir praia vai ter que sair de Maceió mesmo. Exato, todas as praias que te falarem pra conhecer não ficam em Maceió, são municípios vizinhos, os alagoanos mesmo dizem que é tudo tão pequeno que você nem percebe que já é outra cidade, mas é. A vantagem de ficar na Ponta Verde é que você está no meio do caminho para qualquer um dos dois centros de atenção - Pajuçara ao sul com as piscinas naturais, a feira de artesanato e  os restaurantes; Jatiúca ao norte com os restaurantes, os bares e a vida noturna. 
Depois de Jatiúca, continuando ao norte, vem Cruz das Almas que tem ótimas opções de pousadas bem baratinhas. A praia é de surf e esse é o atrativo, pra todo o resto tem que sair de lá.
Depois de Pajuçara, continuando ao sul, vem Jaraguá, a praia do porto e a área mais antiga de Maceió. Foi a primeira praia a ser o atrativo da cidade, onde surgiram os primeiros e luxuosos hotéis. Hoje, só há ruínas. A praia continua linda, mas suja e vazia. 
Para ir para as praias você tem opções: agências locais, táxi, transporte coletivo ou alugar um carro. Aí depende do gosto e da grana. Eu prefiro alugar um carro, meu bolso prefere transporte coletivo, mas entramos todos em acordo com as agências locais. Todos têm vantagens e desvantagens.
Táxi pode ser uma boa se você achar um motorista que faça um bom preço e estiver em mais de uma pessoa. Mas como o combustível é muito caro por lá (R$ 2,55 etanol e R$ 2,97 gasolina), é difícil a negociação.


Os ônibus locais são tranquilos. Há várias empresas, não vimos nenhum caindo aos pedaços. Aí é pesquisar horários e itinerários. Um receio de ônibus em outras cidades é sempre se é perigoso. Em Maceió achei super tranquilo. Muito mais do que em Ilhéus, São Paulo e Rio. Fomos de ônibus para o Pontal da Barra, vila de pescadores e rendeiras. Um passeio incrível que vale muito a pena. Chegue lá pelas 10h, morra de andar nas lojas das rendeiras e delicie-se com os trabalhos e o papo bom delas. Super recomento a Art Rênia, que tem trabalhos bem originais. Depois, escolha um dos restaurantes a beira da lagoa para almoçar e passar o resto da tarde olhando a água, bebendo uma cerveja e tendo crises existenciais horríveis como "ah que lugar lindo, que vida difícil"!


As agências têm de preços médios à absurdos, quem esquematiza os dias e horários são eles, você vai em grupos (se der azar, com gente chata, ou não) e tem os guias que às vezes são legais, às vezes são chatos. Nos indicaram várias e os preços nos assustaram. Arriscamos uma que estava panfletando na praia a noite (muitas fazem isso) e valeu muito a pena, acabamos fazendo todos os passeios com ela. A agência é a Alagoas Ruy Ecotur e falamos com a Tai que foi super atenciosa e nos conseguiu até passeios que a agência não estava fazendo. Os preços deles são mais em conta e os passeios são os mesmos. Demos sorte também de pegar o guia Fernando Moreira. Ele mostrava lugares além do que estava pré-combinado, dependendo do grupo. Foi assim que em um dos dias me vi no meio do gramado do Estádio Rei Pelé. Ele também nos orientou a pesquisar sobre os direitos do turista antes de viajar.


Agora, melhor que tudo isso é poder pegar o carro e ir em todas as praias, com os seus horários e o seu ritmo. O ruim é que esquece as caipirinhas na praia que alguém vai ter que dirigir...
Já sabe como se virar em Maceió? Como chegar nas praias, onde ficar, onde comer? Então anote:
  • Praia do Francês: saí daqui muito descrente desta praia porque diziam "já foi boa, agora é muito popular, coisa de turistada", mas me surpreendi. É lindíssima e muito gostosa pra curtir. Realmente fica cheia, mas dá pra ficar tranquilamente na parte da manhã. A tarde os alagoanos dizem que lota e vira uma sujeira;
  • Barra de São Miguel: infelizmente não curti muito porque fiz a travessia que sai dela para a praia do Gunga. Recomendo muito este passeio. A jangada (que não é jangada, parece uma lancha) vai até os recifes para fotos e ver peixinhos e tal, depois para num bar flutuante (barquinho vendendo bebidas na água) e fica ali para banho, terminando na praia do Gunga; 

  • Praia do Gunga: excelente! Tem que ir, ficar um dia inteiro, fazer o passeio de buggy até as falésias e tomar banho de mar de verdade;

  • Guaxumã: uma praia do litoral norte que ninguém vai (por isso já adorei). Só passamos por ela, um dos brindes do guia. O visual é demais. Tem pouca estrutura, é mais pra quem gosta de curtir praia mesmo. Vale a pena dar ao menos uma passadinha;
  • Sereia: Também legal para visitar, legal saber a história da vila, ficar um pouco na praia, tirar umas fotos, mas não dá pra um dia inteiro;
  • Tabuba: essa foi a minha descoberta em Maceió, daquelas que gostei tanto que nem quero indicar pro povo não ir lá estragar... Tabuba é a praia mais linda de todas que vi. Tem poucas barracas (umas três), bem espassadas e com poucas mesas espalhadas na areia. Fiquei nas dependências da Pousada Tabuba que é uma graça e vale a pena ficar se for pra se esconder do mundo, principalmente a dois;

  • Dunas de Marapé: o lugar é lindo, mas o esquema é bem turista - cheio, música (que nem sempre me agrada), você fica preso ao complexo e ao restaurante do lugar. Não gostei do almoço, preço de todos os outros restaurantes da cidade e qualidade inferior. Mas vale conferir a beleza, dê uma passada. 

As praias de Alagoas, ao menos as que vi, têm os recifes de corais que fazem uma barreira para as ondas, dividindo o mar. Antes dos corais fica calmo e raso, excelente para crianças e quem não curte ondas. Depois dos corais não dá pra banho. Quando a maré está baixa este é o cenário e ainda é possível, em algumas praias (como Pajuçara e Maragogi) ver piscinas entre os corais e os cardumes de peixinhos que nadam a sua volta. Quando a maré está alta tudo isso some e parece uma praia normal, nem se diz que tem coral por ali. Então, é muito comum ver os dois visuais num único dia, dependendo da maré. Aliás, prestar atenção na maré é importante para visitar Maceió. Não sabia disso e acabei indo numa época ruim, de maré muito alta, que não dá pra ver as piscinas naturais. Apesar que eu curto mesmo é mar com onda, então... 

Um comentário :

  1. Valeu por todas as dicas, ainda bem que encontramos pessoas dispostas a dividir seu conhecimento conosco. Muito obrigado!

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